Suspensão de aulas afetará economia global até fim do século, diz OCDE

Sem aulas, mercado terá problemas com mão de obra qualificada, afirma estudo; documento também cita número crescente de jovens desempregados no Brasil 

Em um novo relatório, a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) alertou que a suspensão das atividades escolares provocada pela pandemia de Covid-19 deve provocar fortes impactos na economia mundial, que podem durar até o fim do século. Segundo economistas que participaram do estudo, divulgado nesta terça-feira, 8, a suspensão pode levar a uma perda de, em média, 1,5% na economia global durante este período. 

“A perda de aprendizado levará à perda de habilidades, e as habilidades que as pessoas têm se relacionam com sua produtividade”, afirma o estudo. Para o cenário pós-pandemia na educação, o relatório prevê que o investimento mundial na educação irá declinar mais rápido do que durante a crise de 2008, uma vez que os governos precisam lidar com orçamentos mais enxutos e priorizar outras áreas. 

As consequências de uma nova quarentena seriam ainda piores para a economia global, segundo o estudo, que estima uma redução do crescimento mundial de 6% em 2020. A falta de estudos acarreta na falta de mão de obra qualificada.

Segundo a organização, a pandemia de Covid-19  também expõe a fragilidade dos sistemas econômicos construídos nos países. “A crise de saúde que estamos experimentando sem dúvidas terá impacto no desemprego, e aqueles com baixa instrução educacional podem ser os mais vulneráveis”. 

No Brasil, as escolas e universidades estão parcialmente fechadas desde março, com algumas cidades e estados já retomando as aulas presenciais. No entanto, a dúvida sobre como e com quais medidas a serem adotadas para melhorar a segurança devem ser adotadas é recorrente. 

O relatório também coloca luz sobre a situação no Brasil: 30% dos jovens entre 20 e 24 anos não estudam ou trabalham. O número é maior do que em 2009, quando 25% das pessoas dentro da faixa etária não estavam no mercado de trabalho ou em salas de aula. 

Enquanto em Argentina, Chile, Colômbia, Costa Rica, Grécia, Itália, México, África do Sul e Turquia a cifra desses jovens é de 20%, somente o Brasil, a Dinamarca e a Grécia registraram um aumento nos últimos dez anos.

Fonte: Veja