Bolsonaro ataca sindicato de professores e diz que pediu ao MEC orientação para volta às aulas

Sem apresentar dados, presidente acusou sindicatos de serem integrados por ‘radicais’ de esquerda

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta quinta-feira que pediu ao ministro da Educação, Milton Ribeiro, que prepare uma orientação a estados e prefeituras para que as aulas na rede pública sejam retomadas após a paralisação causada pela pandemia do novo coronavírus. Segundo o presidente, o Brasil já perdeu um ano letivo. Bolsonaro criticou sindicatos de professores que, em diversos estados, têm tentado impedir, alegando riscos à saúde, a retomada das aulas.

É inadmissível. Já perdemos um ano letivo — afirmou Bolsonaro em uma transmissão ao vivo em suas redes sociais.

Desde o início da pandemia do novo coronavírus no Brasil, em março, a maior parte dos estados e municípios decretou a paralisação das aulas tanto na rede pública quanto na rede particular como estratégia para impedir o avanço da doença que já matou mais de 135 mil pessoas e infectou outras 4,4 milhões no país.

Na avaliação de Bolsonaro, no entanto, o momento é de retomar as aulas. Ele afirmou que entrou em contato com Milton Ribeiro pedindo que o MEC prepare orientações sobre o assunto.

— Nós somos o país que tem o maior número de dias da molecada sem aula. Hoje, mandei uma mensagem para o minsitro Milton, da Educação, pra ele se preparar e começar a orientar, já que a decisão não é nossa. É dos governadores e de prefeitos. Para que se volte às aulas no Brasil. — afirmou o presidente.

Bolsonaro criticou a atuação de sindicatos de docentes em diversos estados que estão recorrendo à justiça para impedir o recomeço do ano letivo. Sem apresentar dados, Bolsonaro acusou as entidades de serem integradas por “radicais” de esquerda.

— Por outro lado, fica vindo sindicato dos professores… o pessoal deveria saber como é composta a ideologia dos sindicatos de professores do Brasil. É um pessoal de esquerda radical. Para eles, está muito bom o pessoal ficar em casa — afirmou o presidente.

Para sindicatos de docentes do estado de São Paulo, no entanto, a explicação para se oporem à retomada das aulas é outra. Segundo eles, não é possível comparar a realidade no Brasil com a dos países europeus que já reiniciaram o ano letivo, pois o Brasil e o continente europeu vivem realidades sociais e momentos da epidemia totalmente distintos. O temor é de que o reinício das aulas possa desencadear uma nova onda de infecção.

Fonte: O Globo