Licença-maternidade no currículo das cientistas acabará com lacunas

Conforme Jornal USP, CNPq disponibilizará novo campo na plataforma Lattes a partir de 15 de abril; a demanda para a criação do campo no currículo foi formalizada em 2018, por meio de uma carta enviada ao Conselho e assinada pelo movimento e outras 34 entidades científicas de todo o Brasil

A inclusão formal do campo licença-maternidade nos currículos da plataforma Lattes foi aprovada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A proposta era uma reivindicação de mulheres e do movimento Parent in Science, que formalizou o pedido há mais de dois anos junto ao conselho. O registro dos períodos da licença-maternidade estará disponível a partir do dia 15 de abril na plataforma, que é o sistema oficial para cadastro das atividades dos pesquisadores brasileiros. O preenchimento será opcional.

“Desta maneira, ficaria sinalizado o momento de pausa na carreira da cientista, podendo este fator ser então considerado nas avaliações realizadas com base no currículo, como já vem sendo praticado por agências de fomento estaduais”, destaca nota do Parent In Science após o anúncio do CNPq. 

A demanda para a criação do campo no currículo foi formalizada em 2018, através de uma carta enviada ao conselho e assinada pelo movimento e outras 34 entidades científicas de todo o Brasil. Desde então, foram realizadas duas reuniões com o CNPq. O Parent In Science publicou ainda uma carta nos Anais da Academia Brasileira de Ciências reforçando a importância da inclusão da licença-maternidade como forma de reduzir as diferenças de gênero ao longo da carreira. 

Para a bióloga Isabella Bordon, a vitória é importante, entretanto ainda há muito pelo que batalhar. “Todas seremos beneficiadas por igual, no que diz respeito ao ato político que isso representa. Mas espero que também se reflita na concessão de bolsas”, diz Isabella, que é embaixadora do movimento Parent In Science na USP. De acordo com o coletivo, há um impacto direto da maternidade na carreira científica das mulheres, refletindo na queda de produtividade nos anos seguintes ao nascimento dos filhos. O cenário foi aprofundado pela pandemia.  Esse processo de queda de produtividade tem efeito demonstrado.

Leia na íntegra: Jornal da USP