Com indefinição de datas, governo ainda não assinou contrato de gráfica do Enem

Folha apurou que MEC não publicou edital para o exame; em anos anteriores, inscrições já haviam sido encerradas nessa época do ano

O governo Jair Bolsonaro ainda não assinou o contrato com a gráfica para a impressão das provas do Enem 2021. As indefinições sobre as datas de realização das provas e trocas nas chefias do órgão têm atrasado os procedimentos preparatórios do exame.

O comprometimento de todo o cronograma do exame têm preocupado os técnicos do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) por causa da complexidade que envolve essa organização. O órgão, ligado ao MEC (Ministério da Educação), é responsável pela realização das provas.

A alta cúpula do Inep deixou o tema de lado porque havia decidido realizar o Enem 2021 apenas no início do próximo ano, segundo relatos feitos à reportagem.

Documentos obtidos pela Folha mostram que desde o início de maio havia a decisão de aplicar as provas em janeiro de 2022. Com a repercussão negativa do adiamento, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, prometeu que a prova será realizada até novembro. Porém, a decisão ainda não foi oficializada.

Em 2019, por exemplo, quando o Enem também ocorreu em novembro, o contrato com a gráfica foi fechado em 21 de maio. Isso já representou atrasos; naquele ano, no entanto, a assinatura demorou porque a empresa que imprimia as provas havia falido, forçando o governo a alterar o fornecedor.

O Inep formalizou a intenção de renovar o contrato com a gráfica Plural, empresa na qual a Folha tem participação minoritária. A Plural venceu no ano passado licitação para imprimir o Enem e há abertura legal para renovação.

Até agora, a assinatura do aditivo não tem data para ocorrer. Pessoas familiarizadas com os processos e servidores do instituto afirmam que, a princípio, há tempo hábil para a impressão das provas caso a aplicação seja em novembro.

A avaliação, entretanto, é de que, a cada dia que passa, aumentam os riscos para a segurança e o sucesso do exame. O Inep foi questionado pela reportagem mas não respondeu.

Leia na íntegra: Folha de S. Paulo