Cortes na ciência: ‘Esperança é sobreviver ao governo’, diz ex-CNPq

Segundo o ex-presidente, em entrevista ao UOL, 2010 foi o único ano em que o orçamento foi completamente repassado a ciência

O mais recente corte de orçamento para pesquisa no país, de R$ 600 milhões que seriam destinados ao MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações), agrava um cenário de escassez que persiste desde o início dos anos 2000 e se acelerou a partir de 2016, afirma o ex-presidente do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico) Glaucius Oliva. “A única esperança da ciência no Brasil é conseguir sobreviver até o fim desse governo”, afirma.

No início do mês, a pedido do Ministério da Economia, o Congresso Nacional aprovou projeto que retirou o valor do orçamento e destinou o dinheiro para outras áreas. Parte da verba viria de recursos contingenciados do FNDCT.

Processo de longo prazo

Oliva pontua que os cortes ocorrem há anos. “O único ano em que o recurso do FNDCT foi repassado integralmente ao MCTI foi 2010. Antes e depois disso sempre tivemos valores contingenciados: 20%, 30%. Mas de 2016 para cá só aprofundou, chegando a 60% e agora a pouco mais de 90%”. O orçamento da pasta já havia sido cortado em 29% em relação ao ano passado.

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