‘Estamos ferindo de morte o órgão diretor da educação brasileira. Isso é muito grave’, diz primeiro presidente do Inep na gestão Bolsonaro

Marcos Vinícius Rodrigues criticou atual equipe do ministro da Educação que, de acordo com ele, é muito fraca, destaca o Globo

A avaliação de funcionários, especialistas em educação e de ex-presidentes do Inep, órgão responsável pela realização do Enem, que teve 35 pedidos de demissão coletiva, é de que a instituição está fora de controle às vésperas dos exames para o acesso às universidades do país. Ex-presidente do instituto de fevereiro de 2014 a fevereiro de 2016, Francisco Soares afirma que não lembra de outro momento com uma crise dessa gravidade, nos 20 anos em que acompanha o funcionamento do Inep. 

– Isso nunca aconteceu na história do Inep. Se essas pessoas, que são profissionais qualificados, estão tomando uma decisão drástica como essa, é indicação de que algo muito sério está acontecendo no instituto e portanto isso é de preocupação de todos que estão envolvidos com educação no Brasil. Não há educação de qualidade no Brasil sem que o Inep funcione normalmente – alertou.

Para Soares, o pedido de exoneração coletiva deve levar a uma “privatização” do Enem:

– Se todo mundo sai, obviamente a gente teve uma privatização do Enem. Se não há mais acompanhamento do Inep porque todos pediram demissão, a gente está vivendo um tipo de situação que acho que a sociedade tem que discutir se é isso o que quer. Se todos pediram demissão, o Enem ficou na mão de quem agora? Das empresas privadas – avalia o ex-presidente do Inep.

Leia na íntegra: O Globo