Movimento Humaniza SC denuncia casos de violência cometidos por bolsonaristas acampados no estado

Caso mais recente foi registrado na noite de Natal em frente ao Batalhão do Exército no bairro Estreito, em Florianópolis

O Movimento Humaniza Santa Catarina demonstra preocupação com casos de violência registrados nas proximidades de acampamentos de bolsonaristas no estado. O caso mais recente comunicado à coordenação do movimento ocorreu na noite de Natal em frente ao Batalhão do Exército no bairro Estreito, em Florianópolis. 

Por volta das 21h do dia 25, a vítima transitava pelo bairro acompanhada de sua esposa, duas filhas e do neto, de um ano e sete meses, quando teve o carro atacado pelos manifestantes ali acampados, que pedem intervenção militar e recusam o resultado das eleições presidenciais. O veículo foi atingido interna e externamente por ovos. Assustado, o motorista parou e as agressões se tornaram ainda mais graves. O veículo teve danos. Nenhum membro da família ficou ferido.

O caso chegou ao conhecimento do Movimento Humaniza e a vítima foi orientada a registrar boletim de ocorrência. “Isso é importante por uma questão de autoproteção e porque o estado tem a obrigação de proteger o cidadão”, explica o advogado Prudente Mello, que faz parte da coordenação do movimento. 

O nome da vítima não foi divulgado por questão de segurança, já que outras pessoas atacadas nestes locais denunciaram os casos e relatam que têm sofrido perseguição. 

Esse é pelo menos o segundo caso que ocorre em frente ao Batalhão do Exército no Estreito. Além disso, o Movimento acompanha a situação do homem que foi sequestrado e agredido por bolsonaristas em Itapema, e também outro fato ocorrido em Joinville.

“Querem coagir, colocar as pessoas em uma situação em que se sintam acuadas”, avalia Prudente. O Movimento Humaniza chama atenção para o aumento no número de casos semelhantes e cobra que medidas sejam tomadas pelo estado para desmontar os acampamentos, identificar agressores e prevenir que novas ações ocorram até a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A coordenação do Movimento Humaniza SC também aguarda audiências com o novo governo do estado, além das presidências do Tribunal de Justiça e do Ministério Público, para cobrar ações efetivas no combate aos atos violentos.

Sobre o Movimento

O Movimento Humaniza Santa Catarina foi lançado no dia 22 de novembro no Auditório Paulo Stuart Wright – o Plenarinho da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc). A iniciativa é plural, horizontal e descentralizada, formada por representantes de entidades e personalidades catarinenses. Como continuidade dos trabalhos, o movimento cobra agora diálogo com autoridades sobre o combate à ascensão fascista e neonazista no Estado. 

Na cerimônia de lançamento, foi apresentado o manifesto do Movimento Humaniza SC. O documento cita os casos criminosos registrados em Santa Catarina, cometidos por pessoas que “mostram desprezo pelo diverso”. Pessoas físicas e entidades são convidadas a assinarem o manifesto, que está disponível aqui.