Poucas palavras sobre a tentativa de golpe de Estado por golpistas criminosos

*Por Gerson Renzetti Ouriques

Praticamente toda a população do país ficou estarrecida com a tentativa de “Golpe de Estado” perpetuado por antidemocráticos criminosos invadindo as dependências do Congresso, do Planalto e do Poder Judiciário. Citei “praticamente a população do país” porque, por incrível que pareça, ainda teve indivíduos que se manifestaram com claro apoio ao ato criminoso perpetuado por estes criminosos fascistas, golpistas e antidemocráticos.

A incoerência nos argumentos usados por estes golpistas é tanta que não é possível explicitá-los aqui, mas uma das mais ridículas e que demonstra que existe mesmo muitas pessoas com problemas psicológicos nestes atos são evidentes: querem anulação das eleições alegando que houve fraudes e que o eleito foi mesmo o “inominável” ex-presidente que está na Flórida e que, voltando, muito provavelmente será julgado e condenado pelos crimes que é acusado. É só esperar mais um pouco para ver.

É impressionante como um ex-presidente que, em todos os discursos que fez, nunca comentou qualquer coisa de bom que trouxesse alguma esperança ao povo. Pelo contrário, somente usava os vídeos em discursos televisivos para desqualificar as instituições públicas, criticar quem o criticava, disseminando agressões verbais gratuitas aos seus críticos, incentivava o ódio e a violência, incentivava o armamento, a formação de milícias, e muitas outras coisas “anormais” para um presidente de um país.

Como é possível ter tantas pessoas o apoiando? Como é possível ter tantos admiradores em nosso Estado, embora muitos já o abandonaram (tardiamente)? Como é possível ter este apoio? Será que está no DNA do brasileiro? Ou será que está na ignorância mesmo? São pessoas que não conseguem interpretar, refletir, que não possuem o hábito de leitura e muito menos raciocinar fazendo leitura crítica do que lêem? Um país que tem 12% de analfabetos significa mais de 30 milhões de pessoas que não
sabem sequer assinar o próprio nome. Uma tristeza enorme tudo isso.

Mas ao menos tem dois pontos que considero positivos e que podemos aproveitar com estes golpistas antidemocráticos: i – eles são os responsáveis por momentos de risos que nos proporcionam com os argumentos “fora da casinha” que usam. Afinal, também merecemos estes momentos de descontração. ii – as atitudes destes antidemocráticos golpistas servirão de estudos psicológicos e psiquiátricos por muito tempo, devido ao vasto material já disponível, tanto escrito como em vídeos, em pesquisas sobre comportamento coletivo, de massas.

Enfim, a esperança voltou, para nós e para a Academia.

*Gerson Renzetti Ouriques é professor do Departamento de Física da UFSC