Crítica não é ataque

Por Nestor Roqueiro*

Crítica não é ataque e vou precisar explicar.

Eu faço críticas, muitas vezes duras, e quem me conhece sabe que não faço uma crítica sem propor alguma solução. Não sou defensor da crítica pura e sempre cobrei dos críticos a colaboração com a solução dos problemas. Quem faz crítica, como eu, o faz para colaborar com o sucesso da empreitada. No caso em questão, critico a comunicação pois considero imprescindível uma comunicação bidirecional eficiente. Mas não vou me estender sobre comunicação, pois já o fiz em outros momentos. Agora quero elucidar o equívoco, perigoso, de confundir crítica com ataque.

A crítica é uma forma de colaboração, pela discordância, com o objeto de crítica. A crítica pode e deve ser considerada um ponto de partida em um debate no qual diversas ideias são contrapostas com o intuito de escolher as melhores para resolução do problema em questão. Para isto é necessário diálogo, que pode ser presencial ou a distância por vários meios (inclusive listas). Sempre que pude, utilizei os meios disponíveis para fazer críticas e promover debates e ações para o bem do sindicato. O bem do sindicato significa o bem dos sindicalizados, pois sem eles o sindicato não tem razão de existir. Quem conhece minha trajetória sabe do que estou falando.

O ataque, por outro lado, tem outros objetivos. A saber se faz ataque quando se deseja destruir o objeto de ataque, neste caso o sindicato. Ou quando se deseja enfraquecer o comando com o intuito de se fazer com o poder que o comando detém. Como expressei no parágrafo anterior, sempre agi para fortalecer o sindicato, e quem me conhece pessoalmente sabe que não tenho nenhum interesse em poder, muuuuuuuuito pelo contrário.

Confundir ataques aos professoras e professores da UFSC com críticas a políticas de cunho sindical é cometer um equívoco grave e este texto é para esclarecer isto de uma vez por todas.

Não posso ser incluído em nenhum grupo dos vários extremistas que atacam docentes, ciência, serviço público e organizações de trabalhadores. Que fique claro!

É muito grave que no movimento docente se confunda crítica com ataque. As consequências podem ser desastrosas. O diálogo pode ser interrompido e os debates substituídos por batalhas verbais.

*Professor do Departamento de Automação e Sistemas do Centro Tecnológico da Universidade Federal de Santa Catarina (DAS/CTC/UFSC)