Mudanças climáticas deveriam fazer parte do currículo das faculdades de Medicina, defendem pesquisadores

Médica diz que os dez diagnósticos mais comuns nas emergências dos hospitais estão sendo influenciados pelas alterações no meio ambiente, conforme o G1

O que os cursos de Medicina têm a ver com as mudanças climáticas? Para começar, no fim do ano passado, a revista científica The Lancet havia alertado que elas são o maior risco para a saúde global no século 21. Quem acha que os futuros médicos já têm muito o que aprender ao se debruçar sobre órgãos e sistemas do corpo humano, precisa saber que vem crescendo o número de universidades que estão trazendo o assunto para as salas de aula. No estado norte-americano da Georgia, a Emory School of Medicine criou uma matéria eletiva on-line chamada “Crise climática e medicina clínica”, para ensinar como o impacto da atividade humana no meio ambiente pode desencadear consequências danosas para as pessoas.

Quer uma lista de temas a serem debatidos? Vamos lá: os efeitos do aquecimento global, com temperaturas cada vez mais altas, representam um sério risco, porque podem levar a desidratação, doenças cardiovasculares e derrames causados pelo calor. Seguindo: o papel da poluição no desenvolvimento de inúmeras enfermidades, de quadros mais severos de asma a demências; a possibilidade do aumento do número de desastres naturais sobrecarregando emergências; sem contar os aspectos relacionados à saúde mental num cenário desses.

Em San Francisco, a University of California criou um centro dedicado a estudos sobre clima, saúde e equidade, valorizando os determinantes sociais que impactam o bem-estar dos indivíduos. “As mudanças climáticas influenciam os dez diagnósticos mais comuns que realizamos diariamente nas emergências dos hospitais”, afirmou em entrevista a médica Cecilia Sorenson, diretora do Consórcio Global de Clima e Educação sobre Saúde, criado pela Columbia University, onde também leciona. Há uma década, quando ainda era estudante, o assunto não constava da pauta, mas agora são os próprios alunos que vêm tomando a iniciativa de discutir suas implicações no dia a dia da profissão. Nos últimos dois anos, 65 escolas de enfermagem dos EUA se comprometeram a incluir o tema em seus currículos.

Leia na íntegra: G1