Dengue: Brasil deve bater a marca de 1 milhão de casos nesta semana

Pico deve ser registrado nos próximos dois meses. Especialistas alertam para risco de colapso do sistema de saúde, segundo o Correio Braziliense

O Brasil pode alcançar, ainda nesta semana, a marca de 1 milhão de pessoas com dengue, a se confirmar a tendência de avanço da doença das últimas semanas — em apenas sete dias, houve o aumento de 267 mil casos. A atualização de ontem do Painel de Arboviroses do Ministério da Saúde mostrou que há 920.427 casos prováveis da doença, 184 mortes confirmadas e 609 em investigação em todo o país. Especialistas ouvidos pelo Correio alertam para a possibilidade de o segundo bimestre atingir patamares bastante elevados de infecção, com sobrecarga do sistema de saúde. Na última quinta-feira, dia 22, o Governo de Santa Catarina decretou situação de emergência em todo o estado, por um período de 180 dias, devido ao aumento de casos e mortes pela doença.

“Chegar a 1 milhão de casos é uma possibilidade concreta. A gente não pode esquecer que existe uma subnotificação também. Provavelmente, esses casos já sejam muito maiores. Historicamente, o pico da doença seria em março e abril, então, estamos na expectativa de que os casos vão aumentar”, alerta Paulo Petry, epidemiologista e professor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRS).

As últimas três semanas epidemiológicas no Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, registraram aumento de, pelo menos, 140 mil casos a cada 7 dias. O maior crescimento foi entre a última segunda-feira e a anterior, um salto de 653,6 mil casos para mais de 920 mil.

Os especialistas alertam para os riscos no sistema de saúde. “Há, sim, o temor de que o sistema (de saúde) não consiga suportar esse aumento do número de casos, tamanha a necessidade de atenção. É bastante perigoso que tenhamos uma sobrecarga e, eventualmente, um colapso no sistema. É possível também que a mortalidade seja maior que nos últimos anos, não porque a letalidade é maior, mas pelo alto volume de pessoas infectadas”, alerta o epidemiologista Paulo Petry.

Leia na íntegra: Correio Braziliense