Capes é responsável por 75% das bolsas de pós-graduação do Brasil

Aprovado pelo Conselho Superior em março, o relatório de gestão da Capes de 2023 apontou uma concessão de 103,2 mil bolsas de pós-graduação no país e 6.295 no exterior

A Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) concede em torno de 75% das bolsas de pós-graduação no país. O dado foi apresentado por Denise  Pires de Carvalho, presidente da Fundação, durante sua participação no IV Comunica Ciência: Encontro de Pesquisadores e Comunicadores, evento realizado na Universidade Federal de Uberlândia (UFU), em Minas Gerais, na última quinta-feira, dia 11.  A gestora citou o percentual para dimensionar a importância da agência na capacidade do Brasil de se desenvolver, mas observou, no entanto, que é necessário formar mais doutores para assegurar a soberania nacional.

Denise Pires de Carvalho, presidente da Capes, em encontro na UFU
(Foto: Naiara Demarco/Capes)

Aprovado pelo Conselho Superior em março, o relatório de gestão da Capes de 2023 apontou uma concessão de 103,2 mil bolsas de pós-graduação no país e 6.295 no exterior, além de outras 1.455 para estrangeiros no Brasil. A quantidade, apesar de recorde na história da Coordenação, ainda não coloca a proporção de doutores pela população da nação, que é de 0,2%, em pé de igualdade com a média dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), de 1,1%.

“Não à toa os países que estão acima da média são os mais desenvolvidos do mundo. Então, é importante formar doutores? Lógico”, disse a presidente, ao ressaltar a quantidade de bolsas concedidas pela Capes. Em sua fala comparou, ainda, os percentuais de pessoas com cerca de 30 anos graduadas: 47% na OCDE e 25% no Brasil. “A educação superior é o que mais promove mobilidade social no nosso País. Quem tem graduação ganha 2,5 vezes, em média, mais do que quem não é graduado”, afirmou.

Segundo a presidente, o avanço da ciência nacional pode se dar em áreas estratégicas. A gestora destacou a saúde pública, já que o Brasil se encontra entre os dez maiores produtores de conhecimento no tema e conta com o Sistema Único de Saúde (SUS), o maior sistema público de saúde do mundo. Ela também citou o crescimento da agricultura, potencializado nas últimas décadas, entre outros fatores, pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa). “O Brasil já tem especificidades que fazem com que possa se projetar internacionalmente em saúde pública, e tem se projetado em agricultura, ciências de plantas, biodiversidade, bioativo”, disse.

O IV Comunica Ciência: Encontro de Pesquisadores e Comunicadores é um dos principais eventos de divulgação científica promovidos pela UFU. O encontro teve início nesta quarta-feira e segue até quinta, dia 12. O tema principal desta edição é Divulgação científica, Inteligência Artificial e Democracia.

Fonte: Capes