É preciso diminuir a desigualdade no Brasil para que a educação possa melhorar, defende pesquisador

Emerson de Pietri diz ser preciso inverter a lógica segundo a qual a desigualdade é resultante da educação, quando, na verdade, é o contrário

A avaliação Progress in International Reading Literacy Study (Pirls), realizada pela Universidade de Boston, fez o ranqueamento de 57 países com relação à capacidade dos alunos do 4º ano do ensino fundamental (9 a 10 anos) na leitura e compreensão de textos. As provas foram feitas em 2021 e mostram parte da influência da pandemia nesse âmbito. 

O Brasil aparece à frente apenas do Irã, Jordânia, Egito e África do Sul, mas atrás de muitos países desenvolvidos. “A posição do País não surpreende, porque a gente já conhece dados anteriores que mostram que o Brasil ocupa essas posições quando participa de avaliações em larga escala, globais, comparativas como essa”, comenta o professor Emerson de Pietri, do Laboratório de Leitura e Expressão Criadora da Faculdade de Educação da USP.

“Em geral, causa indignação ele ocupar uma posição como essa porque parte do princípio de que ele é a décima segunda maior economia do mundo. Mas se a gente considera o nível de desigualdade do País, ele também está entre os mais desiguais do mundo. Olhando para o ranking de desigualdade dos países que participam do G20, os dois mais desiguais são: a África do Sul, em primeiro lugar, e o Brasil, em segundo”, analisa Pietri. Ele ainda acrescenta que, conforme os dados, a África do Sul ocupa o último lugar no ranking e o Brasil está apenas cinco posições acima.

Leia na íntegra: Jornal da USP