Programas sociais facilitam o acesso à educação superior, defende pesquisadora

Fernanda Sobral, professora emérita da UnB e diretora da SBPC, destaca iniciativas como o Prouni

Nos últimos 30 anos, programas sociais têm facilitado o acesso à educação superior e retirado milhões de pessoas da pobreza, de acordo com uma reportagem do telejornal Balanço Geral, da TV Record. A matéria destaca que, desde 2022, o número de beneficiados pelo Portal Único de Acesso ao Ensino Superior (Prouni) tem crescido continuamente, atingindo cerca de meio milhão de pessoas nos últimos três anos.

Fernanda Sobral, professora emérita da Universidade de Brasília (UnB) e diretora da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), destaca que iniciativas como o Prouni proporcionam uma grande oportunidade de ascensão social aos beneficiados. “Só o fato de terem tido a chance de acessar o ensino superior já é uma grande vantagem, pois elas poderão disputar bons concursos e conquistar cargos importantes”, comenta.

Um exemplo inspirador é o do diplomata William Silva Placides, que se formou em relações internacionais após conquistar o terceiro melhor resultado no Enem de 2007 no Distrito Federal. Ele compartilha um pouco de sua rotina intensa: “Eu dividia meu tempo de estudo. De manhã, estava na escola, à tarde no Jovem Aprendiz e à noite estudava o que dava. Antes de ingressar no Jovem Aprendiz, fiz um cursinho presencial por seis meses em Taguatinga. Pegava ônibus, ia para o cursinho, voltava e ainda estudava. Após começar a trabalhar, passei a estudar só à noite. Acordei às 5h da manhã e voltei para casa quase à meia-noite por uns dez anos”, conta.

Placides também relembra as várias políticas públicas que o ajudaram a chegar onde está. “O Prouni, que me possibilitou acessar a universidade, foi fundamental para minha trajetória. Foi o ponto de partida para o mundo do ensino superior. Mas não foi só o Prouni; também tive acesso a outras políticas públicas voltadas para a inclusão e para a população de baixa renda, como o Brasil sem Fronteiras, o estágio nas Nações Unidas com subsídio da Secretaria de Administração Penitenciária e as Bolsas Premium de Vocação para Diplomacia do Ministério das Relações Exteriores e do CNPq. Todas foram cruciais na minha jornada”.

Outra história de sucesso é a de Cícero Pereira Batista, médico que revela já ter enfrentado dificuldades extremas, como a fome. “Se não fosse o Prouni, nunca teria conseguido pagar uma faculdade tão cara como a de medicina. Com o programa, consegui a ajuda necessária e concluí o curso”, afirma.

Fonte: Jornal da Ciência

Veja na íntegra: Balanço Geral da Record