A cada dez professores, um viu atentados à vida nas escolas e quatro presenciaram agressões

Dados são do questionário aplicado durante a aplicação da prova do Saeb

A professora Elis (nome fictício) não voltará para a sala de aula. Em abril, ela foi cercada por três alunos do 7º ano e esfaqueada dentro de uma escola municipal de Caxias do Sul (RS). Agora, não consegue sequer receber visitas, muito menos exercer a profissão. O trauma de Elis reflete um problema que se espalha perigosamente pelo país. No Brasil, um a cada dez professores presenciou atentados à vida no colégio em que trabalha, e quatro em dez relataram agressões.

“Ela se encontra bem fisicamente, mas está em casa e provavelmente ficará por muito tempo. Não deve mais voltar a lecionar por falta de condições psicológicas”, conta Jeferson Carvalho, diretor da escola. “Os alunos organizaram tudo pelo WhatsApp e decidiram atacar a primeira professora que entrasse em sala”.

Dados recolhidos pelo questionário destinado a professores de português e matemática na aplicação do Sistema de Avaliação da Educação Básica (Saeb), do Ministério da Educação, ainda mostram que 43% relataram episódios de depredações na escola; 37% viveram roubos ou furtos; e 15% apontaram tráfico de drogas. No país, 3% dizem que seus colégios foram impactados por tiroteios ou balas perdidas. No Rio, esse índice é cinco vezes maior, de 16%. As informações foram coletadas em 2023, mas divulgadas apenas com os microdados da avaliação, este ano.

Leia na íntegra: O Globo