O presidente da Apufsc-Sindical e anfitrião da noite, Bebeto Marques, deu as boas-vindas aos presentes
Com o objetivo de traçar diretrizes para atuação no próximo ano, o XXI Encontro Nacional do Proifes-Federação foi aberto oficialmente na noite desta quarta-feira, dia 30, em Florianópolis, reunindo professores e professoras de diversos estados do Brasil. Com o tema: “Políticas educacionais e sindicais conectadas com os interesses da Nação e as transformações sociais”, a abertura contou com a participação das principais lideranças que atuam em defesa da educação no país e na América Latina.

O presidente da Apufsc-Sindical e anfitrião da noite, Bebeto Marques, deu as boas-vindas aos presentes e iniciou sua fala registrando o conturbado momento político vivido em todo o mundo. Ele destacou ainda a importância de ir além da habitual pauta sindical:
“Estamos convivendo com grandes e preocupantes mudanças cujas consequências econômicas, políticas, sociais e ambientais recaem especialmente sobre os mais pobres, sobre o mundo do trabalho e a formação profissional. São desafios que envolvem a ciência, a política e o sistema de justiça, e também as universidades e educação básica. Enfim, todos aqueles e aquelas comprometidos com os mais vulneráveis.”
Representando o Fórum Nacional de Educação (FNE) e a Confederação Sindical da Educação dos Países de Língua Portuguesa (CPLP-SE), Heleno Araújo destacou as pautas de luta. “Precisamos nos manter firmes e fortes para combater os desafios que estão postos mais uma vez”, afirmou.
A diretora-geral da Internacional da Educação para a América Latina (Ieal), Gabriela Bonilla, e o secretário-geral da Conadu, Carlos De Feo, também reconheceram o papel que o Proifes tem junto a esses coletivos e construindo a força da educação superior internacionalmente. Gabriela destacou que estamos em uma “disputa pelo controle da construção de conhecimento, para proteger a liberdade acadêmica e o orçamento universitário”.
Reafirmando o compromisso de caminhar junto com o Proifes fazendo as lutas necessárias, a secretária-geral da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação (CNTE), Fátima Silva, desejou “que esse encontro aponte os desafios, mas acima de tudo a nossa força, a nossa coragem para enfrentar esses desafios”.
A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Bianca Borges, apontou este como um momento decisivo para o presente e para o futuro da educação brasileira. “A universidade precisa ser tratada como elemento central para o projeto de soberania do país”, disse. Para Bianca, em tempos em que o neoliberalismo nos impõe o individualismo, a entidade tem o papel fundamental de apresentar a construção coletiva como saída para fazer o enfrentamento ao obscurantismo. “Defender a universidade é defender a democracia. Seguimos juntos, profundamente convictos de que sem universidade não há futuro, e sem soberania não há nação”.
O presidente do Movimento Nacional dos Servidores Públicos Aposentados e Pensionistas (Mosap), Edison Haubert, lembrou da importância do apoio do Proifes à luta da entidade pela extinção da contribuição previdenciária para aposentados. “Eu me espelho muito no movimento Proifes, é um movimento que nos impulsiona e que nos dá força”, afirmou.
Ana Júlia Rodrigues, presidenta da Central Única dos Trabalhadores de Santa Catarina (CUT-SC), alertou que a atual conjuntura exige que se olhe para o passado para entender que “o que estamos vivendo hoje”, resultando em governos que buscavam o sucateamento da universidade pública e a negação da ciência, ideias presentes até hoje na sociedade e no atual Congresso Nacional.
Já o representante da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-SC), Werner Franco, alertou para o novo modelo mundial que está surgindo e afirmou que, apesar do atual Congresso, temos atualmente uma conjuntura mais favorável para a luta.
O presidente do Proifes-Federação, Wellington Duarte, encerrou as falas fazendo uma breve análise do mundo instável em que a entidade está inserida. Para além da conjuntura internacional, Wellington também falou, em tom de denúncia, sobre os ataques que o Proifes vem sofrendo, partindo de outras entidades. “A Federação, por ser o que é, por ser democrática, por ser plural, por permitir que esse grupo até sábado esteja debatendo de maneira democrática cinco temas, é atacada diariamente”.
Ele destacou que o Proifes “não tem jornada de lutas, mas sim lutas cotidianas para melhorar as condições de trabalho dos professores e professoras”.
O XXI Encontro Nacional do Proifes-Federação segue até sábado, dia 2.
Assista à solenidade na íntegra:
