Texto está aberto para consulta pública até 12 de outubro
A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) apresentou para a comunidade a nova minuta da Política Institucional de Combate à Evasão nesta segunda-feira, dia 29. O documento estabelece a implementação de ações integradas na instituição, com a criação de um setor exclusivo para monitorar dados, prevenir a evasão de estudantes e promover sua reintegração. A minuta está disponível para consulta pública até o dia 12 de outubro por meio do formulário disponível na página da Assessoria de Acompanhamento de Evasão, Permanência e Egressos.

Antes da apresentação do documento, a pró-reitora de Graduação e Educação Básica, Dilceane Carraro, fez um breve resumo dos trabalhos da comissão que resultaram na política. Ela lembrou a coleta e tratamento dos dados sobre a evasão que resultaram no relatório divulgado do ano passado ao começo de 2025 e apresentado individualmente a cada um dos centros da universidade.
Dilceane e o reitor da UFSC, Irineu Manoel de Souza, ainda destacaram que a nova minuta estabelece uma estrutura até então inexistente em outras universidades brasileiras. Irineu afirmou que “a evasão tem no mundo inteiro, o que precisamos são ações para minimizar e preencher vagas”.
Dois novos setores de combate à evasão
Os detalhes da política foram apresentados por Andressa Sasaki, presidente da Comissão de Análise da Evasão e Retenção nos Cursos de Graduação da UFSC, professora do Departamento de Ciências da Administração e dos programas de pós-graduação em Administração e Administração Universitária. Segundo ela, a estrutura do projeto é baseada na criação de dois novos tipos de setores de combate à evasão: o Setor Central, vinculado à Prograd, e os Setores Locais, com a nomeação de ao menos uma pessoa responsável por centro de ensino e campi.

da Evasão e Retenção nos Cursos de Graduação da UFSC
O Setor Central deve ser responsável pela coordenação geral dos estudos e ações, por meio do monitoramento e análise de dados, bem como a criação de novas campanhas e fomento de pesquisas sobre a questão. Já os Setores Locais, que devem ser administrados por técnicos-administrativos em educação (TAEs), serão responsáveis pela busca ativa dos estudantes em risco de evasão, estabelecendo um elo entre os alunos e os serviços de apoio da UFSC. Eles devem fazer o monitoramento local, oferecendo orientações personalizadas e encaminhamentos aos estudantes, incentivando sua reinserção na comunidade universitária e coletando dados para a análise da Prograd.
A intenção é que outros setores da universidade também sejam envolvidos nesse processo, fomentando e engajando alunos para aumentar a abrangência e a execução de ações de integração já existentes.
Sistemas integrados de acompanhamento
Para basear essa estrutura, serão implementados sistemas integrados de acompanhamento, com os dados coletados e informações sobre estudantes para facilitar a identificação dos fatores de risco à evasão e auxiliar na prevenção. Segundo Andressa, já existe uma comissão testando, em um projeto-piloto, metodologias para esse controle no Centro Tecnológico (CTC), Centro de Ciências da Saúde (CCS) e, futuramente, no Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH). Também há uma comissão responsável pela criação dos dashboards e sistemas com informações dos alunos que devem ser disponibilizados para o monitoramento dos setores locais.
Esses sistemas devem reunir os dados sobre a evasão por curso, incluindo controles de frequência e as informações sobre a situação dos estudantes, e devem ficar publicamente disponíveis para acompanhamento de toda a comunidade através da atualização em tempo real no painel do Observatório UFSC.
Implementação após aprovação do CUn
Como o modelo é novo e ainda não foi testado, Andressa explicou que, após a fase inicial de planejamento e coleta de sugestões da comunidade em consulta pública, essa minuta passará pela aprovação do Conselho Universitário (CUn) para que possa ser implementada até o início do ano que vem. Então, o sistema deve ser anualmente avaliado para melhorias através dos resultados e feedbacks.

Conforme a explicação de Andressa, o objetivo da nova política é garantir que as ações de apoio da universidade cheguem ao público que mais precisa, incluindo as que serão criadas a partir do novo sistema e as que já existem, como o Programa Institucional de Apoio Pedagógico aos Estudantes (Piape). Segundo ela, a intenção não é apenas “permanecer por permanecer”, mas proporcionar aos estudantes a sensação de pertencimento e envolvimento no meio acadêmico.
Com as ações, a Comissão pretende acompanhar a trajetória dos estudantes, monitorando e sistematizando indicadores de retenção, evasão, permanência e conclusão, para identificar precocemente os fatores de risco de evasão, buscando ativamente esses alunos e garantindo sua reinserção. Além disso, pretende fomentar estudos que aprofundem a investigação desses fatores, e articular setores e representações da universidade para envolver toda a dimensão acadêmica na questão.
Confira a minuta na íntegra:
Laura Miranda
Imprensa Apufsc
