Ainda sem apontar alternativas, UFSC apresenta à Apufsc projeto que prevê a demolição do prédio do sindicato

Presidente da Apufsc afirmou que a saída do local está condicionada à apresentação de um espaço definitivo por parte da Reitoria. Bebeto destacou que a categoria será chamada para discutir e aprovar alternativas

O Departamento de Projetos de Arquitetura e Engenharia da Universidade Federal de Santa Catarina (Dpae/UFSC) apresentou na manhã desta quinta-feira, dia 17, à Diretoria da Apufsc-Sindical o projeto que prevê a demolição de 17 edificações na universidade, entre elas a sede do sindicato no campus Trindade. O presidente da Apufsc, Carlos Alberto Marques, reafirmou a necessidade de que a Administração Central oficialize a decisão de derrubar o prédio onde funciona a entidade, bem como apresente alternativas que possam ser definitivas.

Também participaram da reunião a vice-presidente da Apufsc Karine Simoni, o secretário-geral Romeu Bezerra, o diretor de Divulgação e Imprensa, Ivan Giacomelli, o diretor de Assuntos de Aposentadoria, Wilson Erbs, e o administrador do sindicato, Carlos Henrique Machado.

A diretora do Dpae, Fabrícia de Oliveira Grando, afirmou que o projeto de demolição e urbanização da área vem sendo desenvolvido há muitos anos, com o objetivo de ampliar as rotas de fuga seguras e acessíveis da universidade. A proposta é que o espaço siga o mesmo padrão de calçadas, iluminação e arborização do caminho entre a Reitoria e a Biblioteca Universitária (BU), e que a área hoje ocupada pela Apufsc, blocos modulados, Anatômico, entre outros, seja desobstruída.

Até o momento, segundo Fabrícia, não há definição sobre o que será construído no local. Apenas o espelhamento do Bloco D do Centro de Comunicação e Expressão (CCE) e a Oceanografia já têm espaços previstos no projeto. Ela afirma que a proposta é que ocorra uma verticalização no lugar, com prédios multiuso, como é o caso do Espaço Físico Integrado (EFI).

Durante a reunião, Bebeto Marques pontuou que o tempo vai modificando as possibilidades e as necessidades para a expansão da universidade, e que o Plano Diretor da UFSC é de 2010, então “as coisas vão ser construídas à luz da circunstância de quem está exercendo a administração universitária”. O projeto de demolição da área foi definido pela Reitoria em 2021, e depois disso o Dpae começou a elaborar os projetos, sob a justificativa de que a recuperação das edificações do local tendia a ser tecnicamente inviável e apresentava riscos de segurança.

Bebeto Marques lembrou que, em 2021, era presidente da Apufsc e não foi chamado para decidir ou aceitar a saída do local devido à demolição da sede. “Derrubar uma área pequena de cerca de 100 metros quadrados não é como derrubar o restante daquele módulo. A estrutura predial da Apufsc não está comprometida, diferente das outras”, destacou.

Ele recordou ainda que, entre os mais de 3 mil filiados e filiadas do sindicato, metade tem na memória um compromisso firmado há 50 anos, quando a Apufsc ali foi alocada, de que “o sindicato dos professores terei um espaço justo, adequado, porque é legítimo e todo mundo reconhece a importância da entidade. No entanto, até hoje o sindicato ainda não tem um local definitivo, e a situação agora se tornou crítica, pois estamos às vésperas da demolição, após decisão da Administração Central”.

“O gabinete parece estar muito compromissado em encontrar uma solução, mas isso não se dá num passe de mágica. Não se tira um sindicato da noite para o dia, não se despeja um sindicato da noite para o dia. Então isso traz um problema político, mas também um problema de ordem prática”, afirmou.

De acordo com o Dpae, no dia 31 de março deste ano, uma das quatro empresas que concorreram ao edital de demolição foi licitada. A UFSC tem até 120 para assinar o contrato com a empresa vencedora após a data da licitação. Assim que assinar, a universidade precisa dar, dentro de 30 dias, a ordem para que as obras comecem. Sendo assim, se estender até o limite dos prazos, as demolições começariam no máximo em agosto.

Por isso, Bebeto Marques pediu que a Administração Central oficialize o mais rápido possível a situação, destacando quatro pontos: o aviso da decisão da demolição; o anúncio de que está estudando uma solução definitiva; de que constituiu um Grupo de Trabalho urgente para tratar do assunto; e que solicita também da Apufsc alternativas.

“O Dpae apresentou o projeto, ficou claro que houve a decisão de demolir [a sede da Apufsc] e nós condicionamos a nossa saída de lá à apresentação de um espaço definitivo. Todo o resto estamos abertos a discutir, como Diretoria, que será levado para a categoria”, resumiu Bebeto Marques.

O presidente da Apufsc lembrou ainda que foram apresentadas ao reitor Irineu Manoel de Souza ao menos sete alternativas sobre a sede da Apufsc, o que demonstra que a gestão do sindicato está preocupada em solucionar o problema.

O diretor de gabinete, João Luiz Martins, reforçou que a Reitoria está preocupada em solucionar a questão, e que a “parte histórica [da sede] é inquestionável”. Ele informou também que, na terça-feira, dia 22, a comissão do Dpae responsável pelos estudos do projeto fará uma reunião emergencial para discutir possíveis locais para que a Apufsc fique de forma temporária e definitiva.

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Imprensa Apufsc