*Por Alex Degan
É preciso dizer com todas as letras: a gestão do professor Irineu Manoel de Souza conduziu a UFSC a um estado alarmante de desorganização institucional, administrativa e financeira. O déficit se aprofunda, a incapacidade operacional tornou-se estrutural e o desrespeito sistemático aos ritos republicanos corrói a legitimidade da gestão. A universidade perdeu previsibilidade, planejamento e comando. Persistir nesse caminho é aceitar a degradação contínua da UFSC.
Enquanto parte da oposição ainda hesita e calcula cenários, Irineu e seu entorno operam intensamente para garantir a reeleição. Acordões, conchavos e promessas de cargos sustentam corporativismos estreitos e agremiações pelegas, em completo desprezo pelas necessidades urgentes da universidade. A máquina administrativa foi capturada para fins eleitorais, em detrimento do interesse público.
Diante desse quadro, não há espaço para ressentimentos, vaidades pessoais ou disputas menores. A construção de uma frente ampla de oposição é uma exigência histórica. O desafio é imenso, mas inadiável. A UFSC precisa de uma reitoria com autoridade política, experiência administrativa e capacidade real de interlocução com Brasília — alguém que enfrente, sem titubeios, os interesses predatórios, internos e externos, que se beneficiam do enfraquecimento da instituição.
Hoje, contratos não são executados, projetos não são planejados e a manutenção preventiva foi praticamente abandonada. Esse colapso da gestão cotidiana compromete diretamente o ensino, a pesquisa e a extensão, atingindo estudantes, técnicos e docentes. Não se trata de falhas pontuais, mas de um modelo de gestão fracassado.
Temos responsabilidade pública e dever institucional. Somos servidores e sabemos que a universidade não pode ser refém de projetos pessoais, conveniências eleitorais ou da mediocridade administrativa. A UFSC precisa ser resgatada de um ciclo de incompetência e descompromisso. É hora de organizar a oposição, assumir o confronto político e recolocar a universidade no rumo da dignidade institucional.
Estamos aguardando uma chapa forte de oposição. Por favor, coloquem logo o bloco na rua. Teremos muito trabalho pela frente.
A UFSC não pode esperar.
*Alex Degan é docente de História da Ásia do Departamento de História e atual Diretor do CFH.
