“Não é polícia, queremos professor”

Depois de nove dias de ocupação, os estudantes deixaram pacificamente a reitoria da UFSC às oito da noite da sexta-feira, dia 31, cumprindo mandado de reintegração de posse expedido pelo juiz federal Gustavo Dias de Barcellos, da 4ª Vara Federal de Florianópolis a pedido da administração central da universidade. 

Antes da saída das cerca de 100 pessoas que ocupavam o saguão e auditório do prédio da reitoria, uma nota foi lido por um estudante (leia a íntegra abaixo.). O texto ataca a criminalização dos movimentos sociais, o descaso do governo federal com a educação e a negligência do reitor Lúcio Botelho, também lembrado no grito de guerra cantado na saída: “Ô reitor/ seu repressor/ não é polícia/ queremos professor”.

Em outro trecho da nota, os estudantes dizem que estão sendo “expulsos por uma polícia política do Estado”. No mandado que determinava a desocupação, havia a previsão de multa diária de R$ 100 para cada um dos estudantes.

O grupo da Polícia Federal que acompanhou o oficial de justiça ao campus da universidade chegou à reitoria às seis da tarde. Uma negociação foi intermediada por professores e pelo advogado da Apufsc para que os estudantes tivessem tempo de discutir a retirada e recolher colchões e barracas. 

Em vistoria feita depois da saída, um dos policiais federais ficou surpreso com as condições das instalações do espaço em que os estudantes ficaram por nove dias, pela ordem e limpeza verificada no saguão e nos dois andares ocupados.