Tribunal decide futuro de SC

Os progressistas não pretendem transformar o julgamento do processo de cassação do diploma de Luiz Henrique (PMDB) e do vice-governador Leonel Pavan (PSDB) em uma decisão de campeonato. Não haverá concentração de “torcedores”. A sessão do Tribunal Superior Eleitoral está marcada para amanhã, a partir das 19h.

A ação movida pela coligação Salve Santa Catarina acusa o governador de abuso do poder econômico e político na campanha eleitoral de 2006. O secretário geral do PP catarinense, Aldo Rosa, lembra que o assunto está há muito tempo na Justiça: mantém-se grande expectativa, mas ao mesmo tempo existe certa saturação relativa ao caso.

– Nós não vamos fazer nada nesta quinta-feira, vamos aguardar a decisão. Depois que estiver definido o julgamento, aí vamos avaliar.

Outro nome histórico do PP também avalia a espera como prejudicial. Ex-deputado estadual, ex-secretário municipal e de Estado da Fazenda, Antônio Carlos Vieira entende que a demora para julgar o processo não beneficiará ninguém.

– Devia ser definido bem mais rápido. É uma situação que acaba criando problema para qualquer lado que ganhar. Se perder o (Esperidião) Amin, ou se perder o Luiz Henrique, vai ser um problema para quem ficar com o governo – acredita.

Consequências difíceis de serem avaliadas

Entre os cientistas políticos, o entendimento é que não há como prever as consequências desta quinta-feira. A decisão dos ministros do TSE, no entanto, terá influência no cenário político para 2010.

O coordenador do curso de Ciência Política da Univali, Ivan Carlos Lago, lembra que a expectativa do julgamento cresce até pelo fato de que decisões anteriores foram desfavoráveis aos governadores.

– Se o resultado do julgamento for pela cassação, politicamente, tem que ver se poderá ser explorada, se vai “colar” nos candidatos de partidos de sustentação do governo – destaca – pode respingar, por exemplo, no senador Raimundo Colombo (DEM), e deve fortalecer a senadora Ideli Salvatti (PT). Mas é de difícil leitura.

Por outro lado, o professor Julian Borba, da Universidade Federal de Santa Catarina, lembra que as consequências políticas vão aparecer, e não serão poucas. Especificamente, no caso de cassação, não há certeza do que acontecerá.

– Pode assumir o segundo colocado, ou um governador escolhido pela Assembleia. Se assumir o segundo mais votado, muda tudo – lembrou.