UFSC aguarda definição sobre terreno para começar obras em Joinville

Funcionando provisoriamente nas dependências da Univille, a extensão da UFSC em Joinville aguarda as últimas definições sobre o projeto de licenciamento ambiental para iniciar as obras e poder se transferir para seu campus próprio a partir do 1º semestre de 2011. A obra também depende da incorporação do terreno do posto Sinuelo à área, conhecida como Curva do Arroz, já doada à universidade e situada às margens da BR-101.

Para Acires Dias, diretor do campus de Joinville, este é o maior entrave vivido pela UFSC no Norte do estado, no recém implantado curso de Engenharia da Mobilidade. Em conversa com o Boletim da Apufsc, Dias manifestou otimismo sobre a incorporação do terreno do Sinuelo, necessário para garantir o acesso de carros, caminhões e equipamento até a área onde serão construídos os prédios do campus. “O terreno do Sinuelo já foi declarado como área de utilidade pública e temos a garantia do prefeito e do governador que a questão será resolvida”, destacou o diretor.

Antes do Boletim da Apufsc entrevistar Acires Dias, o jornal A Notícia publicou a matéria “Sem dinheiro para o Sinuelo”, no dia 22 de maio. De acordo com o periódico, a Prefeitura de Joinville avaliou a área do posto em R$ 3,5 milhões, mas o proprietário Ulisses Molon quer R$ 5 milhões. Molon já havia recusado a permuta de seu terreno por outra área oferecida pela Prefeitura. Até o momento, o impasse prossegue.

A empresa contratada para realizar o projeto de licenciamento ambiental teve seu trabalho vetado pela UFSC e pela fundação municipal de meio ambiente de Joinville (Fundema). Com isso, uma comissão foi formada dentro da universidade para refazer o projeto, que foi entregue à Fundema no dia 11. Assim que a fundação aprovar, as obras começam, informa Acires. Como parte da área da Curva do Arroz está sujeita a alagamentos, o projeto prevê a construção dos prédios nos terrenos mais elevados.

Enquanto isso, o curso de Engenharia da Mobilidade está instalado provisoriamente na Univille, ocupando um auditório para 200 pessoas e salas de aula, de informática e de desenho.

Duas turmas de 200 alunos ingressaram no curso. A primeira em agosto do ano passado e a segunda em março deste ano. Mais 200 estudantes começam a fazer o curso a partir do próximo mês de agosto.

Para Acires Dias, o conceito do curso é inovador, mas está começando a ganhar corpo em outras universidades do país. A estrutura acadêmica não está organizada em departamentos, há várias disciplinas transversais, e tanto o currículo com a distribuição das vagas nas áreas de especialização serão constantemente avaliados e poderão ser alterados de acordo com a demanda e a necessidade. Dias ressalta que Engenharia da Mobilidade está sendo implantado através do Reuni, mas já era tema de discussão do Centro Tecnológico anteriormente e mais de 30 pessoas participaram do debate sobre a concepção do curso.

O diretor do campus de Joinville que o curso vem ajudar a suprir a carência do Brasil de ter profissionais capacitados para trabalhar em grandes projetos que exigem segmentação do conhecimento e execução coordenada. O curso é voltado ao estudo do deslocamento de pessoas, produtos e informação.

200 estudantes ingressam no curso por semestre e cursam Fundamentos de Engenharia nos dois primeiros anos. No terceiro ano eles podem optar por duas áreas: tecnologia veicular e tecnologia de transporte. Quem quiser pode se graduar neste terceiro ano dentro do sistema de Bacharelado Interdisciplinar previsto pelo MEC.

“Formar bacharéis não é nossa prioridade”, ressalta Acires Dias, “mas sim permitir esta possibilidade de ter um curso superior ao aluno que estudou até ali”.

Depois do terceiro ano, o curso se divide em subareas. A área de tecnologia veicular, o estudante pode optar por naval e oceânicad+ automobilísticad+ ferroviáriad+ aeroespaciald+ e mecatrônica. Na área de tecnologia de transporte a divisão se dá em logística de transporte ou infraestrutura de transporte.

Além dos 400 estudantes, Engenharia da Mobilidade dispõe atualmente de 14 professores, um professor visitante sênior, com bolsa da Capes, e mais um diretor geral e um diretor acadêmico, que também são docentes e ministram aulas no curso, totalizando 17 professores. Mais nove estão sendo contratados e no primeiro semestre de 2011 serão 26 docentes.

O planejamento é que ao formar sua primeira turma, em 2014, o curso tenha 2 mil estudantes, cerca de 100 professores e de 60 servidores técnico-administrativos.