Carta aberta da Apufsc: a resposta de João Sol

Conforme noticiado no Boletim da Apufsc nº 728 (clique aqui), o site do Sindicato divulga as respostas enviadas pelos candidatos ao parlamento federal à carta aberta enviada pela entidade (clique aqui)

Leia abaixo a resposta de João Sol, candidato a deputado federal pelo PSTU:

Sou João Sol, candidato a deputado federal pelo PSTU com o número 1616. Servidor do nosso HU e graduado em ciências sociais pela UFSC, conheço bem os problemas enfrentados pela universidade pública brasileira. Eles começam pelo sub-financiamento. Em 2009, o governo federal destinou para a educação pública apenas 2,88% dos recursos do Tesouro. Na outra ponta, 35,6% das verbas do orçamento foram para o pagamento de juros da dívida pública, fazendo girar a ciranda da especulação financeira em benefício dos grandes bancos. È necessário questionar e inverter esta lógica perversa.

Sei que para os trabalhadores do setor público, a era FHC foi marcada pelo congelamento salarial e a retirada de direitos. Contudo, já no seu primeiro ano de governo, Lula fez a reforma da previdência, beneficiando os fundos de pensão e penalizando os servidores. Este governo impôs a sua concepção de carreira por sobre as demandas e reivindicações dos trabalhadores. Fez grande estrago nas entidades dos trabalhadores: domesticou centrais como a CUT, que passaram para o lado do governo e, no serviço público federal, apoiou a criação de sindicatos chapas-branca como a PROIFES, ignorando a legitimidade dos sindicatos que não se dobraram aos seus mandos e desmandos.

Agora, o governo tem em pauta projetos para congelar os investimentos e salários no serviço público por dez anos, para transformar órgãos públicos em fundações privadas, para instituir a demissão sumária por avaliação de desempenho e para restringir (na prática, proibir) o direito de greve no serviço público. E os candidatos à presidência hoje mais cotados (Serra, Dilma e Marina) já preparam mais uma reforma da previdência para logo após a posse.

Vemos que as atuais contratações por concurso público estão muito longe de satisfazer a demanda. Basta observarmos a quantidade de professores substitutos em nossa universidade, e também a sobrecarga sobre os atuais profissionais. O REUNI está agravando esta situação, ao dobrar o número de estudantes sem o equivalente aumento do quadro de servidores. Defendo a contratação de educadores em número suficiente para suprir a grande demanda atual e futura e o fim das gratificações produtivistas, que conspiram contra a qualidade da produção intelectual dos docentes e a sua saúde.

A universidade pública de qualidade passa pela valorização dos seus quadros. A falta de uma remuneração digna e de perspectivas na carreira, combinada com a promiscuidade da relação da universidade pública com o setor privado, incentiva os profissionais a buscar o aumento de seus ganhos nas relações com as empresas. Isso é estimulado pelo governo, e faz parte de um processo em que a universidade pública produz ciência e tecnologia para gerar lucro para o setor privado, e não para ajudar a resolver os graves problemas que assolam nosso país, a potência mais desigual do planeta.

Considero que a capacidade dos educadores do nível superior para elaborar um plano de carreira condizente com as suas necessidades para o bom desempenho da profissão é mais que evidente. Possuem propostas de suas entidades representativas, baseadas em concepções construídas coletivamente em sua longa trajetória de lutas.

Assumo o compromisso de levar adiante as demandas dos professores universitários em defesa de uma carreira digna e de uma universidade que não seja um “escolão” de terceiro grau, mas que esteja seriamente comprometida com o ensino, a pesquisa e a extensão, para o bem da sociedade.

Assumo este compromisso não por conveniência eleitoral, mas com a profunda convicção de quem vem construindo o movimento em defesa da universidade pública há anos, primeiro como estudante de graduação, e agora como trabalhador da UFSC. Assumo também como militante do PSTU, um partido socialista coerente, que está sempre ao lado dos trabalhadores e da juventude nas lutas e tem total independência em relação aos ricos e poderosos que controlam a economia e a política em nosso país.

Em defesa da educação pública, gratuita e de qualidade para todos, vote nos candidatos do PSTU. João Sol deputado federal 1616. Zé Maria presidente 16, Gilmar Salgado governador 16. Para o Senado, vote em professores da rede pública estadual com larga trajetória de luta em defesa da educação pública e dos direitos dos trabalhadores. Joaninha 160 e Alex 161.

João Sol, trabalhador da UFSC e candidato a deputado federal com o número 1616