1964 e 2011: semelhanças e diferenças (final)

Na linha de ação proposta por Gramsci, a tomada do poder é feita gradativamente dominando-se instituições chaves da sociedade civil, e.g. igreja, sindicatos, movimentos sociais, imprensa,  etc. bem como instituições da própria República, e.g. Judiciário, Congresso etc. Em seguida, assalta-se o poder aproveitando-se deste domínio. Para que funcione, é preciso eliminar primeiro as trincheiras do pensamento livre e crítico que estão presentes em cada uma dessas instituições. Vejamos alguns exemplos concretos onde isto está ocorrendo. Na igreja, é notório a infiltração marxista de modo que não é difícil perceber que alguns religiosos não passam de meros marxistas pretendendo ser sacerdotes. O caso mais conhecido sendo o do dominicano frei Betto que certa vez admitiu: “O que propomos não é teologia dentro do marxismo, mas marxismo (materialismo histórico) dentro da teologia”. Isso nos mostra como se dá o projeto gramscista de perversão do próprio cristianismo. Movimentos como o MST, bem como sindicatos e centrais sindicais com uma agenda nitidamente marxista dispensam comentários. No caso das escolas e universidades tal fenômeno se verifica pela não observância da neutralidade da educação, o que Jules Monnerot em 1968 chamava de traição do valor verdade nas universidades francesas onde o marxismo era apresentado como algo científico subvertendo o ensino das mais diversas disciplinas [4].

Nas universidades brasileiras fomenta-se o marxismo pelo domínio sistemático dos DCE’s por lideranças estudantis que nada mais fazem do que repetir a doutrinação marxista que um dia receberam, e em institutos dentro das universidades que patrocinam eventos onde a América Latina é pensada unicamente sob a ótica marxista.

Para se combater esta tendência devemos formar trincheiras do tipo “think-tanks” independentes, livres, e não alinhados ao projeto marxista delineado por Gramsci. Obviamente, nestas trincheiras não devem estar os petistas de plantão, nem mesmo os bem-intencionados, pois eles, conscientes ou não deste projeto, alguns menos inteligentes, outros um pouco mais inteligentes mas não menos doutrinados – o que na prática os reduz aos já inicialmente citados – não serão capazes de separar o fato de seu partido estar no poder com a necessidade de se combater uma onda revolucionária que há muito tempo tenta transformar nossa nação numa ditadura comunista.

O melhor antídoto contra tudo isto é a defesa da democracia. Mas, uma condição necessária é perceber que a comunização de nossa nação não se dará pela revolução violenta mas sim pelos novos paradigmas gramcistas que preconizam a tomada dessas trincheiras de resistência ao projeto revolucionário comunista. Mas, não nos iludamos, não há nada de democrático nesta proposta gramscista, afinal, no Brasil a opção de não tomar o poder pela revolução violenta é uma mera estratégia para evitar a derrota que lhes foi imposta em 35, em 64, e de 66-75 (luta armada). Contudo, uma vez tomado o poder, a violência será recurso sistemático para a “manutenção” do poder adquirido (não será esta a intenção do populista Chavez com as suas infames milícias populares?). Estejamos, pois, alertas e estudemos a nova forma de atuar desses revolucionários [3, 4] para que possamos combatê-los e defender nossa democracia como souberam defender aqueles civis e militares que no passado combateram meliantes comunistas lesa-pátria que com armas nas mãos queriam nos impor sua insanidade ideológica.  Em relação ao próximo governo, resta saber o quanto da Wanda ou da Stella ainda persiste na Dilma de agora.

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[3] “A Revolução Gramscista no Ocidente”, Sérgio Avellar Coutinho.

[4] “Desmarxizar a Universidade”, Jules Monnerot.