15 mil marcham na Esplanada, mas governo segue sem apresentar propostas para maioria dos servidores

Quase 15 mil servidores realizaram uma marcha historica nesta quarta, 18, em defesa da categoria e por melhores servicos publicos para o Brasil (Foto: Graziela Almeida / Condsef)A quarta-feira foi marcada por uma marcha histórica (foto – confira mais fotos na pagina institucional da Condsef no Facebook) promovida por servidores de mais de 26 categorias em greve em todo o Brasil. Quase 15 mil servidores – a maioria completando um mês de greve hoje – apoiados por estudantes, percorreram a Esplanada dos Ministérios até o Palácio do Planalto de onde seguiram para o Ministério do Planejamento para cobrar a apresentação de propostas concretas para as demandas mais urgentes do setor. Até agora somente os professores universitários, em greve há dois meses, receberam uma proposta oficial que está sendo avaliada em assembleias da categoria. A marcha histórica foi uma das atividades do “Acampamento da Greve” que está montado na Esplanada e tem servido como importante ponto de encontro e apoio dos servidores que lutam por melhores condições de trabalho e serviços públicos de qualidade. Apesar da grande demonstração de força dos servidores federais, o esforço não sensibilizou o governo que continua sem apresentar propostas concretas e tem mantido o discurso de que não possui recursos suficientes para atender todas as demandas dos trabalhadores.

Nesta quarta, mais uma reunião na Secretaria de Relações do Trabalho para negociar a equiparação da maioria do Executivo com tabela salarial criada pela Lei 12.277/10 terminou sem qualquer avanço. Apesar de reconhecer o momento importante protagonizado pelos servidores, o Planejamento voltou a dizer que ainda não tem condições de apresentar propostas e que continua trabalhando com o dia 31 de julho como data provável, não certa, de apresentação de algo para a categoria. Para a Condsef, a reunião frustrou os ânimos e expectativas de que o governo pudesse apresentar hoje retorno para as sugestões e críticas feitas ao “diagnóstico” que auxilia nas discussões que buscam reestruturação salarial para a maioria do Executivo. A Confederação reforça a importância de seguir fortalecendo a mobilização e a greve em todo o Brasil.

Plenárias – Os rumos do movimento vão justamente ser debatidos em plenárias que acontecerão nesses próximos dias. Nesta quinta, 19, a Condsef promove uma Plenária Nacional a partir das 14 horas no Clube dos Previdenciários, em Brasília. A base da Confederação que possui mais de 26 categorias em greve em 25 estados e no Distrito Federal vai avaliar o movimento e levar essa avaliação para a Plenária Conjunta que todas as categorias em greve vão realizar na sexta, 20, às 9 horas, no “Acampamento da Greve”.

A assessoria de imprensa informa que devido a cobertura intensa das atividades realizadas nesta quarta não foi possível atualizar o quadro da greve. Mas adiantamos que o último estado que ainda não havia aderido ao movimento, Alagoas, informou que setores no Estado votaram pela greve por tempo indeterminado. Dessa forma, em todos os estados onde há entidades filiadas à Condsef, incluindo o Distrito Federal, a greve dos servidores federais segue crescendo. A Condsef reforça que é isto que deve acontecer para que as negociações finalmente tragam resultados práticos e se revertam em propostas concretas ao funcionalismo.

A mobilização da categoria deve ser ampliada dia a dia. Quanto mais o governo empurrar os processos de negociação, mais os servidores devem se mobilizar. Somente o reforço na mobilização nacional será capaz de fazer com que a categoria obtenha vitórias significativas em um processo de negociação que ainda não apresentou as respostas de melhoria que os servidores e serviços públicos necessitam. Porque como diz a frase, se lutando é difícil vencer, é impossível vencer sem lutar.