Gente pelada, só se for de salários, diz reitor da UFRGS

Rui Vicente Oppermann respondeu aos comentários de Weintraub de que as universidades estão cheias de “balbúrdia” e “gente pelada”

O reitor da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Rui Vicente Oppermann, fez uma defesa da universidade e rebateu as críticas do ministro da Educação, Abraham Weintraub. Em entrevista à Rádio Gaúcha, quando perguntado se já viu pessoas peladas em festas dentro da universidade, Oppermann disse que “só se for pela falta de salários, aí todo mundo anda meio pelado mesmo”.

Na terça, Weintraub disse que universidades federais teriam as verbas cortadas por “balbúrdia” e por terem “sem-teto dentro do campus, gente pelada dentro do campus”, e cortou em 30% o orçamento de três instituições (UnB, UFBA e UFF). Após a repercussão negativa, o governo estendeu o corte a todas as instituições de ensino superior.

Oppermann fez uma defesa das universidades públicas como “espaços necessários de formação do cidadão”. “Que existem festas, existem. Isso é inegável. Eu acho até saudável que elas existam porque as pessoas têm que fazer essa socialização.”

O reitor aconselhou o ministro a conhecer as universidades. “É importante sair para o campus, procurar, ver. Não ficar se pautando por vídeos e informações que muitas vezes têm vieses que não são adequados.”

Opperman rechaçou as frequentes críticas do governo de que exista uma “doutrinação ideológica” de esquerda na educação.

“Nós não temos maneira nenhuma de persistir como universidade se nós começarmos a tolher a expressão. Agora é lógico que isso vale para todo mundo, desde a extrema esquerda até a extrema direita. Nós temos representantes políticos que se formaram aqui na Universidade e que hoje são representantes políticos da extrema direita, assim como temos da extrema esquerda. E isso é uma comprovação de que o ambiente é um ambiente de formação de cidadania e não de doutrinação ideológica.”

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V.L.