Nova Escola defende universidades brasileiras em entrevista

Ao podcast da Folha de São Paulo, Leandro Beguoci, da Nova Escola, destaca que o “o Brasil é um dos 15 maiores produtores de artigos científicos do mundo” e que os cortes inviabilizam o funcionamento das universidades

 

O especialista em educação e fundador do portal e revista Nova Escola, Leandro Beguoci, classificou os cortes de 30% em universidades, anunciados pelo governo no último dia 30, como um “erro crasso de gestão e uma irresponsabilidade com as pessoas que fazem universidade no Brasil”. Para ele, é preciso desmistificar as falas de que a universidade brasileira é irrelevante.

“O Brasil é um dos 15 maiores produtores de artigos científicos do mundo. É provavelmente um dos rankings no qual estamos mais bem posicionados no planeta”, explicou. O corte de verbas afeta diretamente essa produção científica, já que vai inviabilizar o funcionamento de várias universidades. “Eu acho que 30% de corte linear em maio é um desastre”.

Beguoci observa que não há pesquisa que mostre que as universidades públicas são dominadas pela esquerda. “Eu tenho muito temor sobre como esse debate está sendo colocado hoje no Brasil. Opinião pessoal está virando base para política pública”, afirma.  

 

Ciências humanas

Durante o programa, Leandro também foi questionado sobre a redução de verbas para as ciências humanas. “Mesmo que ele (o presidente) queira transformar tudo isso em dinheiro pra educação infantil, o efeito é nenhum. Até porque o MEC não administra escola, não é que ele vai tirar dinheiro da filosofia e colocar em creche amanhã”.

No podcast, o especialista também questiona o conceito de “retorno imediato pro contribuinte”, citado pelo governo como uma justificativa para o remanejamento das verbas e afirma que o presidente está usando a “própria régua” para abordar o assunto, correndo o risco de criar um desastre na educação pública do brasil. “O lamarckismo na fala do presidente, de que toda criança está destinada a fazer o que os pais e os avós faziam, acho isso profundamente injusto. Eles têm o direito de escolher o que fazer da vida”, destaca.

 

Ouça o podcast na íntegra aqui.


C.G./L.L.