MP que proíbe desconto em folha da contribuição sindical pode perder a validade

 

Em retaliação ao governo, parlamentares  promoveram na semana passada uma debandada da comissão mista que analisa novas regras para a contribuição sindical. Segundo deputados e senadores que encabeçam o movimento, a ideia é impedir que o colegiado tenha quórum mínimo para funcionar e, assim, deixar a MP caducar. Caso não seja aprovada até o fim de junho, a medida que impede o desconto da contribuição sindical em folha salarial perde a validade.

Ao longo da semana, foram desligados 22 membros de dez partidos diferentes – DEM, PP, PR, PTB, Solidariedade, PSB, PSD, PT, MDB e PROS – e novos desligamentos devem ocorrer na semana que vem, o que deve inviabilizar o início da comissão. A primeira reunião foi suspensa após a instalação, na quarta-feira.

O movimento foi liderado pelo presidente do Solidariedade,  o Paulinho da Força, com apoio de líderes da oposição e do Centrão. “Não concordamos com esse radicalismo que o governo está colocando e que praticamente destrói a estrutura sindical”, disse ele ao Estadão. “Conversamos com os membros e, para não ficar com essa história de toda semana ficar tentando instalar, acharam melhor se retirar do colegiado”, disse Paulinho.

A estratégia é uma retaliação ao governo, que segundo os parlamentares, não respeitou o que havia sido acordado sobre a distribuição das medidas provisórias no Congresso.  As quatro MPs enviadas por Bolsonaro que já têm relator estão com PSC, DEM, PSDB e Solidariedade. O MDB, por exemplo, não pegou nenhuma relatoria.

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