Governador da Bahia defende novas formas de financiamento das universidades públicas

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), afirmou que a cobrança de mensalidade de alunos que tenham condição de pagar não deve ser tratada como um tabu. Para ele, é preciso pensar em alternativas para o financiamento de instituições de ensino superior, como doações e parcerias com a iniciativa privada. Assim como Bolsonaro, Costa é alvo de protestos da comunidade universitária da Bahia.

A declaração foi dada em um encontro com jornalistas nesta segunda-feira (20), cinco dias depois dos protestos que colocaram em lados opostos o presidente Jair Bolsonaro e os professores e estudantes após cortes no orçamento das universidades federais. Rui Costa acredita que dificilmente haverá um debate aprofundado sobre o financiamento das universidades pois o cenário atual é de polarização, que vem sendo incentivada por declarações do próprio presidente, Jair Bolsonaro, e do ministro da Educação, Abraham Weintraub.

“Uma família que pagou educação privada a vida inteira não tem condições de contribuir com a universidade? Qual o problema disso?”, questionou o governador. “Quem é contra [cobrança de mensalidade] não é contra que o rico pague. Mas tem um discurso de que seria o início de uma privatização, que o passo seguinte seria cobrar de todo mundo. Não necessariamente é assim”, afirmou. O governador reconhece, porém, que suas ideias encontrariam resistência dentro do próprio partido e da esquerda caso o assunto fosse amplamente debatido.

Ele também acredita ser preciso adotar mecanismos que permitam uma maior influência de representantes da sociedade nas decisões das universidades, como maior participação em conselhos universitários.

O governador enfrenta protestos dos professores das universidades estaduais, que estão em greve há mais de um mês e reclamam de cortes no orçamento das instituições de ensino. Conforme revelado pela Folha, entre 2017 e 2018 o governo baiano deixou de aplicar R$ 110 milhões nas quatro universidades estaduais baianas. Questionado, Costa disse que a ação é resultado da crise pela qual o país atravessa.

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M.B