UFMT tem energia cortada e recebe repasse do MEC para quitar dívidas

Em maio, por causa do bloqueio de 30% no orçamento, a reitora Myrian Serra afirmou que a UFMT só teria condições para funcionar até julho pois o corte inviabilizaria o pagamento de contratos 

Após suspensão do fornecimento de energia em seus cinco campi, devido a contas atrasadas, UFMT teve luz religada no final da tarde de ontem (16). Ao saber que o abastecimento seria cortado, a universidade entrou em contato com o MEC para solicitar liberação de recursos para pagar as contas atrasadas. O MEC liberou 4,5 milhões para quitar as dívidas com a concessionária Energisa, e em seguida informou que irá tomar medidas cabíveis tanto administrativas como judiciais para a responsabilização dos envolvidos pela gestão na UFMT. 

Com a liberação do repasse feito pelo MEC, a UFMT dirigiu-se à Energisa para efetivar o pagamento da fatura pendente, no valor aproximado de R$ 1,8 milhão. Seis contas estavam em atraso, sendo quatro do ano de 2018 e duas de 2019. 

Weintraub escreveu, em seu Twitter,  que “é um absurdo que as contas” não tenham sido pagas e que “já solicitou que a luz seja religada imediatamente”.

O corte de energia está diretamente ligado com o bloqueio de 30% no orçamento das instituições públicas federais, segundo professor Aldir Nestor de Souza, diretor-geral da Associação dos Docentes da UFMT (Adufmat).

O bloqueio dos repasses foi anunciado em maio. Na época, a reitora da UFMT, Myrian Serra, afirmou que a instituição só teria condições para funcionar até o mês de julho, caso a situação não fosse revista. “A UFMT pode parar. Com o recurso que temos a garantia de funcionamento no campus de Cuiabá é até julho. O corte inviabiliza que nós honremos com os nossos compromissos que são contratos geridos pela instituição”, explicou Myrian.

Mais de dois meses após anunciar o contingenciamento no orçamento das universidades, o ministro destacou que todas as unidades continuam funcionando. “Passados 70 dias não tem uma universidade federal fechada. Não tem uma universidade sem luz. Não tem um refeitório, estudantes sem alimentação no bandejão. O que foi feito? Foi feito gestão.”

A média de custeio da UFMT é de aproximadamente R$ 90 milhões ao mês. Na conta entram os custos básicos, como água, luz, segurança do campus, internet e limpeza. 

“Não vamos ter condições de funcionar porque questões básicas não poderão ser atendidas. Não vai ter água para beber, água no banheiro e energia elétrica, que alimenta não só as salas de aula, mas os sistemas, já que tudo é eletrônico”, completou a reitora. 

Atualmente, a UFMT oferece 113 cursos de graduação, sendo 108 presenciais e cinco na modalidade a distância (EaD), em 33 municípios mato-grossenses. Possui 25.435 mil estudantes, distribuídos em todas as regiões de Mato Grosso.