Fundações de Apoio estranham o fato de serem omitidas no projeto do MEC

O CONFIES – Conselho Nacional das Fundações de Apoio às Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa Científica e Tecnológica – estranha que as 96 fundações de apoio à pesquisa científica,  não tenham sido mencionadas pelo Ministério da Educação (MEC) no programa Future-se.

O presidente do CONFIES, Fernando Peregrino, que é também diretor da COPPETEC, vinculada à UFRJ, afirma que as fundações de apoio não apenas conhecem as universidades, como também respondem por grande volume das captações de recursos públicos e privados para o sistema universitário.

Em nota, a entidade questiona a sua ausência no projeto: “Quem tem em carteira mais de 22 mil projetos de pesquisa de fontes públicas, privadas e internacionais, 60 mil funcionários diretos (CLTs) e bolsistas e mais de R$ 5 bilhões não podem ser simplesmente esquecidas. No Brasil existem 96 fundações que apoiam mais de 130 universidades e institutos públicos. Há algo no ar.”

Fernando Peregrino argumenta que a mudança de modelos de gestão tem de ser incremental:  “Um país em recessão e com profundo processo de desindustrialização, durante 20 anos, não pode nutrir a falsa esperança de que agora vai ter a indústria e a empresa na porta da universidade assim. O caminho do dinheiro deve ser o da produção. E, por enquanto, é a especulação. Indústrias e universidades só interagem quando a macroeconomia incentiva.” 

“A tentativa de captar recursos privados para os fundos patrimoniais para universidades, com incentivos fiscais, que o mundo inteiro usa, inclusive quem imitamos, nos foi negada pelo próprio governo. A FINEP, principal agência financeira à inovação, está quase ameaçada por falta de recursos. O CNPq não tem recursos para pagar suas bolsas em setembro. Os cortes de recursos no MCTIC são dramáticos. Inusitados. De R$ 5 bilhões temos apenas R$ 2 bilhões. Enquanto isso, o plano do MEC propõe  fundos de ativos imobiliários desconhecidos, fundos cujo principal pode ser dilapidado se dele for sacado sem seu rendimento. Muitas coisas no ar! Urge que o MEC dialogue com as fundações e agende o pedido do CONFIES para audiência.”

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