Weintraub volta a atacar universidades federais

Em entrevista ao programa Gaúcha Atualidade, na manhã de terça-feira (30), o ministro da Educação Abraham Weintraub, conversou sobre as propostas e resultados do MEC nos últimos meses. Em relação ao ensino superior, Weintraub disse ser contra a cobrança de mensalidade nas universidades públicas e que professores universitários ganham mais e trabalham menos do que os de ensino básico. Embora a informação venha sendo contestada,  ele também disse que estudantes de universidades públicas custam três vezes mais do que os de instituições privadas.

“Um diploma numa universidade federal, na média, custa 450 mil reais para o contribuinte, para pagador de imposto. Se você colocar seu filho na FGV, em administração, em São Paulo, da primeira mensalidade até a última o diploma pendurado na parede vai custar, para o pai, menos de 150 mil reais”, disse. Segundo pesquisadores, esse número elevado é incorreto pois coloca na conta de estudantes despesas não relacionadas ao ensino.

Durante a entrevista o ministro voltou a comparar os custos entre professores universitários e de educação básica.  Segundo ele, o governo repassa 15 bilhões de reais para educação básica, custo semelhante ao dos professores federais aposentados, que segundo o ministro aumentará para 30 bilhões em dois anos. “Uma professora que segura a canetinha para ensinar uma criança a escrever tem que ficar 20 horas dentro da sala de aula. Já um professor de universidade federal fica oito horas por semana dentro da sala de aula e ganha em torno de 15 a 20 mil reais por mês”, disse. 

Weintraub também afirmou que compraria uma briga grande, cujos resultados não seriam relevantes, se propusesse a cobrança de mensalidade nas universidades públicas. “Quantos alunos de fato têm famílias que ganham mais de cinco salários mínimos por mês? Esse universo é inferior a 10% dos alunos. Eu prefiro bater onde vai dar mais resultado, vou gerar de recurso cerca de R$ 3 bi (bilhões) por ano, acabando com alguns privilégios”, disse. 

Para ele, o objetivo do Future-se é aumentar a verba privada no orçamento das universidades federais. “É a possibilidade de as universidades públicas buscarem parceria e fonte de recurso da iniciativa privada, mas também de se tornarem celeiros de pequenas startups. Isso tudo com imóveis do governo cedidos pelo Ministério da Economia, que vão ser utilizados como recurso”, afirma. 

O ministro também ironizou os cursos de humanas, dizendo que uma grande parte dos estudantes dessas faculdades “transadas”, quando se forma, “vira motorista de uber ou fica vendendo artesanato de epóxi na calçada”.

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M.B./L.L.