Na Câmara, Weintraub volta a dizer que Future-se vai “separar joio do trigo”

Na ocasião, sob pressão dos parlamentares, o ministro anunciou que haverá desbloqueio parcial de recursos em dois meses

Em audiência ontem na Câmara, o ministro da Educação Abraham Weintraub comparou o programa Future-se com uma “separação do trigo e do joio no campo educacional do Brasil”, informa a Gazeta do Povo.  Na ocasião, o ministro também anunciou que um terço dos recursos bloqueados  na Educação serão bloqueados em dois meses.

“A proposta do Future-se não é arrancar o joio, trata-se de estimular que o trigo germine, produza mais sementes e gradualmente domine o campo. No passado, com a ingestão de recursos sem controle nenhum, se estimulava que o joio prevalecesse”, afirmou.

Questionado  sobre ter acusado as universidades federais  de promoverem “balbúrdia”, Weintraub disse que, quando fala em “vagabundo”, “malandro” e “porcaria”, não está se referindo a tudo que envolve as universidades federais do país. “Algumas universidades são torres de marfim, pouco porosas, que ficam falando para si mesmas”.

Sobre  a participação de Organizações Sociais (OSs), na gestão das universidades federais, prevista no Future-se,  o ministro disse o seguinte:  “Não quero ter nada debaixo de ação minha envolvida com corrupção, é uma preocupação grande. No Future-se, as OSs são ligadas à educação, como o Impa e tantas outras, e todas elas não tiveram nenhum caso de corrupção”.

A respeito da implantação do modelo cívico-militar nas escolas públicas, Weintraub declarou que “a gente pretende chegar a 10% de escolas cívico-militares no país, até o final do mandato, mas hoje eu colocaria até mais, é um sonho de consumo”.

O governo planeja lançar ainda essa semana uma campanha pela ampliação do modelo nas escolas do país. O MEC estuda propor aos responsáveis pelas instituições de ensino uma consulta pública para a adesão ao modelo.

 

Intervenção no Cefet do Rio

Criticado pelo deputado Marcelo Freixo (Psol) de ter “interferido” no Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) do Rio de Janeiro, o ministro afirmou que, “evidentemente, não fez isso por questão de voluntarismo”.

“Existe uma razão técnica, muito específica, para isso, que eu ainda não posso divulgar, as autoridades competentes ainda estão verificando. Para eu fazer esse tipo de coisa, eu preciso estar muito respaldado, e há indícios fortes [de irregularidades na eleição para reitor]. O ministério público vai dizer o que é”, afirmou. Na última semana, alunos da instituição expulsaram o interventor do MEC com uma manifestação de repúdio.

Confira: Gazeta do Povo