Mais de 34 mil alunos da UFPR podem ficar sem aulas ainda neste ano

Medida pode ser adotada se o atual corte de verbas for mantido, informa a UFPR 

 

Se o atual corte de verbas for mantido pelo governo, os mais de 34 mil alunos da Universidade Federal do Paraná (UFPR) podem ficar sem aulas neste ano, informou a instituição ao G1. Segundo a UFPR, a data em que as aulas deixarão de ser oferecidas ainda não foi definida. Mas, se não houver desbloqueio de verbas, a medida será efetuada ainda em 2019 e vai atingir  todos os cursos. O corte de 30% efetuado pelo MEC em todas as federais equivale, para a UFPR, a  R$ 48 milhões a menos  no orçamento deste ano.

 

A UFPR  tem 164 cursos de graduação, 45 cursos de especialização, 89 mestrados e 61 doutorados. Quase 28 mil alunos são estudantes da graduação, e outros 6,2 mil da pós-graduação.

 

No cenário de crise, a instituição optou por priorizar a atual política de permanência para alunos em vulnerabilidade econômica e a manutenção de contratos terceirizados para, dessa forma, garantir menos desemprego aos aproximadamente 1,5 mil colaboradores que são terceirizados.

 

No entanto, desde o retorno das aulas do 2º semestre, a UFPR teve que adotar medidas para diminuir gastos e manter as atividades com o que ainda tem do orçamento.

Uma série de medidas restritivas ao orçamento já foram adotadas pela instituição. Confira:

 

·         Corte linear 30% nas unidades administrativas e atividades acadêmicasd+

·         Redução de horários e suspensão parcial das linhas de ônibus (intercampi e interpraias) durante o mês de julhod+

·         Suspensão parcial dos serviços dos Restaurantes Universitários em julhod+

·         Excepcionalidade de solicitações de diárias, passagens, transporte de natureza acadêmica ou atividade institucionald+

·         Empenhos para manutenção e aquisição de equipamentos de laboratóriosd+

·         Redução do formato de eventos tradicionais.

 

Luana Inkote Bertolin, de 20 anos, está no  no 7º período do curso de medicina veterinária na UFPR no campus de Palotina, no oeste do Paraná. Ela é uma das estudantes atendidas pelo Programa de Benefícios Econômicos para Manutenção aos Estudantes de Graduação e Ensino Profissionalizante da UFPR (Probem).

O Probem foi criado para apoiar estudantes com fragilidade socioeconômica e que precisam de ajuda financeira para se manter no curso.

 

“Eu sobrevivo de RU [Restaurante Universitário] e ganho os auxílios do Probem, o que ajuda muito. Mas com os cortes, caso eu não os tivesse, com certeza teria que trancar o curso por não conseguir me manter”, conta Luana.

 

Pesquisas

A área de pesquisa da UFPR já vem sendo atingida pelo contingenciamento. As pesquisas, até o momento, foram parcialmente afetadas, segundo a instituição.

 Um levantamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) apontou que, até dezembro, 164 bolsas de pós-graduação da UFPR vão ser cortadas ou congeladas.

Essas bolsas incluem mestrado (79), doutorado (68) e pós-doutorado (17) – representando cerca de 10% do total de bolsas da Capes na UFPR.

 

Os dados apontaram que, apenas em agosto, foram cortadas ou congeladas 48 bolsas.

 

A UFPR está entre as 15 universidades que mais produzem ciência no Brasil, sendo a 8ª colocada. Agora, os cortes preocupam os pesquisadores da instituição, que temem que os trabalhos desenvolvidos fiquem paralisados.

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