Com verbas bloqueadas, UFBA reduz uso de ar-condicionado, telefone e elevador

Valor retido pelo MEC equivale a quatro meses de funcionamento da instituição

A Universidade Federal da Bahia (UFBA) determinou novas medidas de redução de custo operacional, na tentativa de manter os campi em funcionamento, informa O Estado de São Paulo. A situação está relacionada ao bloqueio de verbas feito pelo governo federal. Hoje, cerca de R$ 53 milhões estão retidos, valor equivalente a quatro meses de funcionamento da instituição.

Publicada na última quarta-feira (25), a portaria suspende concessões de passagens e diárias para participação em eventos, seminários e congressos; redução do uso de elevadores, a não ser para garantir mobilidade de pessoas com deficiências; desligamento de aparelhos de ar-condicionado, exceto em espaços sem ventilação natural e em laboratórios, museus e bibliotecas; suspensão de ligações de telefone fixo para móvel e restrição de ligações interurbanas e internacionais; entre outras medidas.

Ao Estadão, o vice-reitor da UFBA, Paulo Miguez, vê prejuízos à comunidade acadêmica. “Medidas já vêm sendo tomadas há algum tempo, essa portaria não é a primeira. Estamos fazendo o que é possível, porque não sabemos se iremos receber ou quando iremos receber”, pontua. “Tivemos de suspender, por exemplo, o apoio a viagens, fundamentais para a universidade. Nesse momento, o único recurso que temos é para viagens institucionais, porque é obrigatório, ou para professores que compõem bancas de concurso”.

Uma das unidades em alerta é o Instituto de Biologia. Segundo a professora Moema Bellintani, há temor sobre as restrições de uso de energia elétrica. “Ainda dá para fazer essa adequação, mas nosso receio é que chegue um momento em que seja necessário desligar tudo. Temos experimentos de anos que vão se perder se ficarmos sem energia”, diz. “Tivemos também cortes de verbas para aulas de campo, muito importantes no curso de Biologia. Temos de fazer levantamento de fauna e flora, ensinar os alunos a se comportarem no campo. Estamos procurando alternativas, em lugares próximos a Salvador, mas não é a mesma coisa de uma região com mata fechada”.

Leia na íntegra: Estadão