Professores denunciam que Capes retirou homenagem a Paulo Freire em plataforma online

“Plataforma Freire” surgiu com novo nome: “Plataforma Capes de Educação Básica”

Inúmeros professores usaram as redes sociais na terça-feira (26) para denunciar uma ação que parece ter partido do Ministério da Educação (MEC), que modificou o nome da “Plataforma Freire” para “Plataforma Capes de Educação Básica”.

A plataforma foi criada em 2009 pelo então ministro da Educação Fernando Haddad com objetivo de atuar na formação de professoras da Educação Básica com cursos de atualização. “Ao mesmo tempo em que coloca em prática o Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica, a plataforma homenageia o educador brasileiro Paulo Freire”, diz texto sobre a plataforma ainda presente no site da Capes.

Foto: Divulgação/ Twitter

O professor e pesquisador Fernando Cássio, da Universidade Federal do ABC (UFABC), criticou duramente a mudança que retirou a homenagem a Paulo Freire. “A Capes foi fundada em 1951, e nem nos tempos da ditadura os seus dirigentes se portaram de forma tão covarde e submissa ao governo de plantão. É uma vergonha. A homenagem a Paulo Freire tem a ver com a própria função da plataforma, que é fazer a gestão dos projetos envolvendo formação de professores nas universidades e institutos federais (p. ex. Pibid)”, diz Cássio. “A mudança do nome não tem nada a ver com política pública. É tosquice mesmo”, completa ele.

João Bueno, da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB), também denunciou a mudança nas redes sociais. “Olha aí , mais uma canalhice desse desministro da educação. Hoje a Plataforma Freire da Capes ficou fora do ar para reparos. Voltou agora e retiraram o nome Freire! Mudaram o nome da Plataforma!”, publicou no seu Twitter.

“Alguém tem informações sobre a retirada do nome ‘Freire’ da página de login da Plataforma Freire da Capes? Não vejo nada na imprensa e nenhuma comunicação oficial. Provocação canalha, se for ação deliberada…”, também questiona Rodrigo Firmino, da PUCPR.

Até o momento o MEC não se manifestou.

Leia na íntegra: Revista Fórum