Qual o impacto das ideias criacionistas na produção científica

Novo presidente da Capes é entusiasta do pensamento segundo o qual só um ser superior seria capaz de explicar a evolução humana

Benedito Aguiar assumiu na segunda-feira (27) a presidência da Capes (Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior), órgão do Ministério da Educação que coordena pesquisas de mestrado e doutorado no Brasil. Aguiar é conhecido pela sua defesa do ensino do “design inteligente”, perspectiva teológica sobre a origem das espécies, “em contraponto” à teoria científica da evolução.

Para o design inteligente, há um propósito inteligente por trás das complexas “máquinas” moleculares que constituem os seres vivos. Dessa forma, as mutações genéticas responsáveis pela variedade das espécies não se explicariam pelo acaso, como mostrou a teoria evolucionista de Charles Darwin, mas por uma intelecção superior à vida terrestre.

Concepções desse tipo são aventadas, segundo pesquisadores do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, por teólogos protestantes, como Joseph Butler (1691-1752), desde pelo menos o século 18. Apesar das contestações científicas que sofreu, esse gênero de ideias continua relevante sobretudo em comunidades evangélicas.

Em resposta à nomeação de Aguiar, uma nota de pesquisadores de núcleo da USP especializado em evolução biológica (Núcleo de Apoio à Pesquisa em Educação, Divulgação e Epistemologia da Evolução “Charles Darwin”) afirma que o termo “intelligent design” (design inteligente) é um “simples eufemismo do dito ‘criacionismo científico’”, que “não é reconhecido pela comunidade científica de nenhum país”.

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