Pesquisadora da UFSC dá dicas de como enfrentar a quarentena de forma saudável

A especialista em comportamento seguro em situações de isolamento e confinamento alerta que os efeitos psicológicos nessas situações podem ser severos

As medidas adotadas em diversos locais do mundo para conter a contaminação da Covid-19, causada pelo novo coronavírus, tem isolado as pessoas em suas próprias casas. Para lidar com os efeitos psicológicos que podem decorrer deste período de isolamento com prazo ainda indeterminado, a pesquisadora Paola Barros-Delben, do Laboratório Fator Humano, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), disponibiliza uma série de cards com sugestões para manter-se saudável neste momento.

Paola é especialista em comportamento seguro em situações de isolamento e confinamento. A cientista alerta que os efeitos psicológicos nessas situações podem ser severos, ocasionando o que se chama em Psicologia de “modulação de comportamento”, quando a pessoa não age como costumeiramente costuma agir. O estresse decorrente do confinamento e do isolamento são objeto de estudo de uma recente área da Psicologia: a Psicologia Polar.

Apesar do nome, a Psicologia Polar não estuda somente os efeitos psicológicos nos polos da Terra (Ártico e Antártica). Esta recente área de pesquisa analisa também os efeitos psicológicos em pessoas que se isolam para atividades em cavernas, plataformas de petróleo, submarinos ou mesmo em estações espaciais. Esses locais são chamados de ambientes ICE, que são assim denominados quando possuem, pelo menos, duas dessas três características: Isolado, Confinado e Extremo.

No período de quarentena, os lares catarinenses podem ser considerados ambientes ICE, uma vez que muitas pessoas estarão isoladas e confinadas, ainda que em seu ambiente familiar. Diante disso, os efeitos psicológicos observados em cientistas nos polos, no espaço ou em submarinos, podem ser desencadeados na população em geral. Para lidar com isso, as sugestões elaboradas para comportamento seguro em ambientes ICE se tornam importantes aliados da população para lidar com seu próprio confinamento e isolamento.

As orientações representadas nos cards são fruto do trabalho de Paola e do professor da UFSC Roberto Cruz, também vinculado ao Laboratório Fator Humano, junto ao Programa Antártico Brasileiro e compõem a cartilha entregue aos pesquisadores que ficam isolados por longos períodos de tempo. São medidas simples, mas capazes de auxiliar na convivência humana em isolamento no continente gelado por semanas, ou até meses. Certamente serão úteis ao confinamento doméstico e podem ajudar a passar por este período sem permitir que, além de isolados e confinados, nossos lares se tornem ambientes extremos.

Confira:

Fonte: Notícias UFSC