Brasil fica de fora da busca global por uma vacina contra a covid-19

Organização Mundial da Saúde lança um programa ‘acelerador’ em busca da imunização, mas Diplomacia brasileira não participa da iniciativa 

A Organização Mundial da Saúde (OMS), em conjunto com governos e entidades privadas, lançou em 24 de abril uma plataforma de cooperação internacional para acelerar o desenvolvimento de uma vacina e de remédios contra o novo coronavírus. O projeto também quer facilitar o acesso global a novos remédios e kits de testagem. Cerca de 40 países integram a iniciativa, mas por não reconhecer a OMS como uma liderança no combate à pandemia de coronavírus, o Brasil decidiu não fazer parte.

Nesta segunda-feira (4), no primeiro evento remoto da iniciativa, com a presença de líderes mundiais, para arrecadar recursos para organizações e programas sanitários, foram levantados  7,4 bilhões  de euros, o equivalente a 45 bilhões de reais. No mundo, já eram mais de 250 mil mortos pela pandemia.

A plataforma, nomeada de ACT Accelerator (acelerador do acesso a instrumentos para a covid-19, na sigla em inglês), é liderada, entre outros líderes, pelo presidente francês Emmanuel Macron, pela comissão Europeia e pla fundação filantrópica Bill and Melinda Gates.

Estado Unidos, Brasil, Rússia e Índia não fazem parte da iniciativa. Israel, tradicional aliado americano, e Reino Unido, recém-saído da União Europeia, estão presentes.

No documento que apresenta a iniciaiva, a OMS fala em desenvolver ferramentas de combate ao novo coronavírus em tempo, escala e acesso recordes, “para salvar milhões de vidas, poupar trilhões de dólares e retornar ao mundo uma sensaçã de “normalidade”.

A oposição brasileira à OMS

O ACT Accelerator é uma iniciativa de cooperação internacional entre atores públicos e privados que parte da premissa de que a OMS,  uma agência ligada às Nações Unidas, tem e deve continuar tendo um papel central na condução do combate à pandemia do novo coronavírus.

O Brasil, assim como a Hungria, acompanhou o posicionamento dos Estados Unidos e rejeitou o protagonismo da OMS. São países que passaram a ver organismos constituídos por representantes de diversar nações como uma ameaça à soberania nacional.

O governo de Donald Trump, que critica a OMS por supostamente ter encoberto a crise sanitária quando o problema começou na China, já anunciou o corte de recursos que transfere à agência, em prejuízo de diversos programas sanitários.

Nesse mesmo sentido, em 20 de abril, a diplomacia brasileira não quisa patrocinar uma resolução da Assembleia Geral da Organização  das Nações Unidas que reconhecia a liderança da OMS no enfrentamento da pandemia. A resolução foi aprovada, apesar da falta de apoio de países como Irã, Coreia do Norte, Rússia e Venezuela, além do Brasil.

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