Universidade Positivo demite mais de 300 professores após venda

Cursos de licenciatura devem ser encerrados, mas não há informações oficiais da instituição

O Grupo Cruzeiro do Sul, que comprou a Universidade Positivo (UP) em 2019, voltou a espalhar terror na comunidade acadêmica de Curitiba nesta quinta-feira. Em reuniões via teleconferência, a instituição começou a fazer demissões em massa logo cedo. Segundo relatos de professores enviados ao Plural, o encontro dura 15 minutos e encerra a relação do docente – em alguns casos de mais de dez anos – com a universidade.

Até as 11 horas um levantamento prévio feito por alunos e professores indicava o desligamento de mais de 300 profissionais do quadro da instituição. Segundo o presidente do Sindicato dos Professores do Ensino Superior (SINPES), Valdyr Perrini, há notícias de que os cursos de licenciatura, com exceção de pedagogia, sejam extintos.

Se confirmado esse total, a UP estará extinguindo um terço das vagas de docentes de toda a instituição.

No entanto, apesar da medidas drásticas tomadas pelo Cruzeiro do Sul, nem os professores, nem alunos sabem qual será o destino dos cursos. Na graduação em Biologia, os estudantes souberam por whatsapp da demissão de professores e temem o encerramento do curso. Situação semelhante vivem os estudantes de Educação Física.

Além dos cursos da área de Educação, há demissões também na Medicina, Biomedicina, Publicidade, Recursos Humanos, Administração, Direito. O Plural continua acompanhando a situação e vai atualizar os dados assim que eles estiverem disponíveis.

A orientação para os professores, diz Perrini, do SINPES, é que procurem o sindicato, que já solicitou que o Ministério Público do Trabalho medie o processo de demissão. O Sindicato também diz que, muito embora o acordo coletivo deste ano não esteja ainda aprovado, o do ano passado prevê indenização de um salário extra para demissões após 8 de julho, por conta do calendário escolar.

O SINPES teme que os profissionais demitidos tenham dificuldades para se recolocar, uma vez que, além da crise da pandemia e econômica que o país vive, a maioria das instituições já está com o calendário acadêmico em andamento, com aulas distribuídas.

Até o momento o Plural apurou uma lista com 74 demitidos desde junho. Em nota, o Grupo Cruzeiro do Sul aponta o aumento da evasão e da inadimplência como razão para as demissões. A empresa não confirma nem o total de demitidos, nem os cursos que serão fechados.

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