UFSC forma 265 mestres e 194 doutores durante pandemia de Covid-19

As bancas de defesa têm acontecido de forma síncrona através de videoconferências

A Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) formou 194 doutores e 265 mestres em programas de pós-graduação durante a pandemia de Covid-19 – de 11 de março, quando a Organização Mundial de Saúde elevou o estado de contaminação da doença, até 31 de julho. O número deve aumentar, já que alguns programas só inserem a informação quando o estudante entrega a documentação para expedição do diploma – por enquanto, são 459 defesas bem sucedidas na UFSC no período de pandemia, e mais de mil bancas realizadas no semestre.

De acordo com os dados da Pró-Reitoria de Pós-Graduação (PROPG) disponíveis na manhã desta terça-feira, 18 de agosto, até 31 de julho de 2020 foram 1.014 bancas de 351 doutores e 663 mestres (confira a separação por curso ao final do texto). No mesmo período de 2019, a UFSC formou 1.021 novos mestres e 438 novos doutores, 1.459 no total – de 11 de março de até 31 de julho de 2019, foram 626 mestrados e 289 doutorados concluídos (915 no total).

O Programa de Pós-Graduação em Engenharia do Conhecimento (PPGEGC) realizou sua primeira defesa on-line, da mestranda Graziela Bresolin, em 31 de março, seis dias após a assinatura da Portaria Normativa permitindo a participação de todos os membros da banca e do estudante por meio de sistema de áudio e vídeo em tempo real – no procedimento anterior isso era expressamente proibido. “Assim que a Portaria de bancas on-line da PROPG foi publicada, já estávamos com salas virtuais preparadas e com processos de secretaria remodelados. “Desde então foram 52 defesas, incluindo bancas de programas parceiros (Bioquímica, Ciência da Informação, Energia e Sustentabilidade, Engenharia Civil, Engenharia Elétrica, Engenharia Sanitária Ambiental, Farmácia, Nutrição, Perícias Criminais Ambientais, Sistemas de Transporte e Gestão Territorial)”, conta o coordenador do PPGEGC, Roberto Pacheco.

Após a publicação da Portaria Normativa permitindo bancas on-line, em 25 de março, 364 pós-graduandos (160 doutores e 204 mestres) defenderam teses e dissertações em programas de pós na UFSC – no mesmo período de 2019, foram 701 bancas de 223 doutores e 478 mestres.

Pacheco lembra que “o PPGEGC tem gênese no projeto multidisciplinar do Programa de Engenharia de Produção e que, em 1995, a UFSC realizou a primeira defesa de exame de qualificação on-line por meio de videoconferência, com o doutorando ainda em seu estágio sanduíche, em Tampa, na Flórida. Eram os primeiros trabalhos do LED (Laboratório de Educação Digital, então Laboratório de Ensino à Distância). Portanto, as sessões on-line (virtuais) já são do pleno domínio e hábito da comunidade de docentes do PPGEGC”.

Para o coordenador do Programa de Pós-Graduação em Jornalismo (PPGJor) da UFSC, Rogério Christofoletti, a manutenção dos exames de qualificação e defesas de teses e dissertação tem funcionado, além de ser importante para “não afetar os planejamentos de nossos mestrandos e doutorandos”. “Conversamos internamente sobre o uso da solução tecnológica e orientamos sobretudo os orientadores a adotar alguns cuidados, como a solicitação à SeTIC para gravar as defesas pelo WebConf e o pedido de pareceres prévios por escrito”, diz Christofoletti. Desde março, houve seis defesas de doutorado e uma de mestrado (com a previsão de mais uma defesa de mestrado até o final de agosto).

Roberto Pacheco explica que as defesas on-line precisam preservar o mesmo rito da presencial, “ou seja, deve-se ter interação síncrona do candidato com a banca, com os devidos tempos de apresentação e as arguições. E deve haver sessão fechada para a decisão dos examinadores, com divulgação de resultado ao final. A mudança para o on-line impactou em reaprendizado de docentes e técnicos do LED para garantir estes procedimentos, incluindo salas virtuais paralelas”.

Se as defesas ao vivo tinham presença de público, as sessões on-line do PPGJor “têm tido uma audiência muito semelhante às defesas realizadas presencialmente. Produzimos, inclusive, um formulário de presença online para garantir o controle de frequência que é uma tradição no nosso programa”, aponta Christofoletti. No PPGEGC, que também incentiva a participação de mestrandos e doutorandos em sessões de defesa, a forma de registrar a frequência no plano virtual foi a participação dos pós-graduandos nos chats públicos do YouTube, onde a sessão é transmitida. Aliás, o uso do YouTube (pelo canal LED EGC UFSC) foi uma das formas de garantir a memória e rastreabilidade do que ocorre numa defesa. “Nossa decisão foi conectar o sistema de conferências com o YouTube e manter vídeos gravados acessíveis nas duas fontes, quando possível. Além disso, o presidente da sessão deve encaminhar à Secretaria imagens das sessões realizadas, juntamente com os demais documentos e com as assinaturas digitais dos membros da banca”, frisa Roberto Pacheco.

O LED EGC já utilizava estes sistemas anteriormente, mas foram necessários estabelecer novos procedimentos e capacitar toda a equipe para as defesas on-line. “O primeiro é o nosso sistema de tickets que registra o pedido de defesa. Antes da pandemia servia à reserva de salas e apoio do LED para as sessões presenciais. O que fizemos foi acrescentar a opção de defesa on-line, que dispara os procedimentos de apoio técnico, antes presenciais, e agora para a sessão virtual da defesa. Além disso, o LED criou os sistemas de salas virtuais via Webconferencia RNP, que nos permite realizar a gravação, transmissão e formar o repositório de bancas. Também via WebConf criamos a ‘sala secreta’ para discussão e deliberação dos examinadores da banca, que, naturalmente, ficam de fora do vídeo público da sessão” , acrescenta Pacheco. O rito da banca precisa ser seguido, mesmo de forma virtual: agora o presidente faz isto usando “os mecanismos de videoconferência, tanto para observar tempos, ordens de falas e acompanhamento de audiência. Os candidatos também passaram ter uma pressão adicional de saber que sua apresentação será ‘perpetuada’ para assistência assíncrona, mesmo pós-defesa”, pontua o coordenador do PPEGC.

Confira o número de novos mestres e doutores formados em cada curso.

Leia na íntegra: Agecom UFSC