Autonomia nas instituições e defesa de recursos são causas prioritárias de entidades de educação em 2021

SINASEFE, Andes, ANPG, Fasubra Sindical, Fenet, Ubes e Une elencaram reivindicações em plenária realizada no último dia 16

Os cortes orçamentários na educação, a democracia, a autonomia nas instituições federais de ensino e a educação e a pandemia estiveram entre os principais temas debatidos em plenária nacional promovida por SINASEFE, Andes-SN, ANPG, Fasubra Sindical, Fenet, Ubes e Une. O encontro, que reuniu representantes técnico-administrativos, docentes e discentes de todo o país, tratou dos assuntos que devem ser alvo de mobilizações das entidades de educação no próximo ano.

::: Confira a Plenária Nacional da Educação na íntegra.

Na plenária, a presidente do Andes, Rivânia Moura (UERN), ressaltou as dificuldades para a educação pública no país. “Estamos vivendo um período grave de ajuste fiscal, aprofundado com a política econômica pautada na perspectiva ultraliberal. Isso tem imposto um processo de retirada de recursos no conjunto de serviços públicos e de políticas sociais”, expõe.

Mecanismos de priorização do pagamento da dívida pública, reduzindo o custeio de universidades e de instituições federais de ensino, e os impactos das reformas administrativa e da previdência propostas pelo governo foram discutidos pelo professor e ex-reitor da UFRJ Roberto Leher, e pela coordenadora nacional da Auditoria Cidadã da Dívida, Maria Lucia Fattorelli.

A plenária também tratou das intervenções realizadas pelo governo Bolsonaro na nomeação de reitores de instituições federais de ensino, com exposições de reitores eleitos não empossados, como a professora Terezinha Domiciano (UFPB) e o professor José Arnóbio (IFRN). “Não existe autonomia sem democracia. Quando se fala em democracia, se fala na escolha dos dirigentes das instituições de ensino”, lembrou Márcia Abreu, da Fasubra.

Representantes de UNE, UBES, FENET e ANPG resgataram ainda a importância de mobilizações para garantir a permanência dos estudantes na universidade e pesquisas que tratem da diversidade e da realidade nacional, impactos também pelo corte de investimentos.

“Não é um aspecto da democracia que está sendo atacado. São vários aspectos”, afirmou a professora Ethel Maciel, reitora eleita não empossada da Universidade Federal do Espírito Santo. Epidemiologista, a professora esteve entre os professores que, no evento, trataram de questões relacionadas à vacina e dos efeitos da pandemia para a educação. “Precisamos de um projeto para que as escolas sejam abertas para vacinar as pessoas, precisamos trazer essa segurança para as pessoas”, complementou David Lobão, coordenador geral do Sinasefe.

A necessidade da mobilização de grupos e entidades em prol da vacina para todos e de recursos para educação e saúde, de um modo geral, foi constantemente destacada pelos participantes da plenária. “Precisamos tratar desses grandes ataques que temos vivenciado para que possamos fortalecer discussões, e juntarmos forças para que o ano de 2021 registre lutas e resistência”, expôs a professora Rivânia.

Imprensa Apufsc