Primeiro grande vestibular presencial na pandemia, Unicamp monta plano para evitar aglomeração

Pela primeira vez, candidatos farão prova em dias separados para reduzir circulação de pessoas

Primeiro grande vestibular presencial do país a ser realizado durante a pandemia, Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) montou um plano com o dobro de salas e aplicadores de prova para evitar aglomeração.

Depois de ter sido adiado, o vestibular da Unicamp será realizado nesta quarta e quinta, 6 e 7, para 77.655 candidatos em 37 cidades do país. Eles irão disputar 3.237 vagas em 69 cursos de graduação. Pela primeira vez os participantes farão as provas em dias diferentes para reduzir a circulação de pessoas nos locais de aplicação.

Na quarta, os candidatos das áreas de ciências humanas, artes e exatas fazem as provas. Na quinta, é a vez dos inscritos para cursos de ciências biológicas e saúde. Para a nova divisão, o número de salas de aplicação passou de 1.502, no último vestibular, para 3.381, neste ano. Com o aumento do número de salas, a organização também dobrou o número de aplicadores de prova, que passou de 1.800 para 3.500. Eles foram treinados para orientar os candidatos a usar máscara durante todo o tempo e desclassificar quem se negar ou usá-la incorretamente.

Para diminuir o tempo de permanência dos estudantes no local de prova, a Unicamp também reduziu o número de questões da primeira fase, que antes eram 90 e agora serão 72. O tempo de realização passou de 5 horas para 4.

“Desde março estamos pensando em um conjunto de medidas para diminuir os riscos aos candidatos. Além da estratégia logística, também fizemos mudanças acadêmicas, com a diminuição de livros obrigatórios e de conteúdos a serem cobrados”, disse José Alves, coordenador da Comvest (comissão que organiza o vestibular). “Levamos em conta que os candidatos tiveram menos tempo e recurso para se preparar neste ano por conta do fechamento das escolas”, completou.

Alves também pede que os candidatos colaborem para evitar aglomerações na entrada dos locais de prova, onde usualmente esperam com as famílias e amigos. A organização também diz ter entrado em contato com cursinhos e faculdades particulares para que não entreguem kits e brindes, como faziam em anos anteriores.

A entrada para a prova é considerada o momento mais crítico. “O que queremos evitar é aquela imagem de aglomeração, com candidatos, ambulantes, professores, familiares, em frente aos portões.” Nas salas de aplicação, a organização diz ter feito distribuição de candidatos para que cada local tenha no máximo 20 pessoas – antes eram, em média, 50.

Mesmo com toda a mudança logística, Alves destaca que candidatos, com sintomas de Covid-19 ou suspeita da doença, não devem comparecer à prova. “É preciso ser responsável, quem tiver sintomas não pode sair de casa.” Depois da Unicamp, no domingo, 10, será realizada a primeira fase da Fuvest (vestibular que dá acesso às vagas da USP). Nos domingos seguintes, em 17 e 24 de janeiro, será a vez da aplicação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio).

Leia na íntegra: Folha de S. Paulo