Brasil tem em 1 dia mais mortes por covid-19 do que 133 países em 1 ano de pandemia

BBC Brasil mostra que, segundo o Ministério da Saúde, o número de mortos por covid-19 no país totaliza 336 mil; no entanto, dados oficiais de hospitais brasileiros apontam quase 500 mil

Em 6 de abril de 2021, o Brasil bateu um recorde trágico na pandemia, com 4.195 mortes por covid registradas em 24 horas. É mais que o dobro do registrado um mês antes. Apenas os Estados Unidos superam essa marca. O patamar brasileiro de mortes em apenas um dia é tão alto que supera o que 133 países registraram, separadamente, durante um ano inteiro de pandemia.

O Brasil tem 212 milhões de habitantes. Estes 133 países somam 1,9 bilhão de pessoas. Nesse grupo há de tudo um pouco. Em comparação ao Brasil, há nações com quase a mesma população (Nigéria, com 206 milhões), 30 países com mais de 20 milhões de habitantes, 44 com maior índice de desenvolvimento humano (IDH), 33 com mais idosos, 49 com mais diabéticos. São dados oficiais levantados pelo site Our World in Data, da Universidade de Oxford.

Um dos principais argumentos de quem nega a gravidade da pandemia no Brasil passa pelo tamanho da população. Muitos afirmam que não seria justo comparar com países com menos habitantes em números absolutos.

Vamos então aos números relativos: quantas mortes são registradas a cada 1 milhão de habitantes? Atualmente, o Brasil é o sexto do ranking mundial, superado apenas por Hungria, Bósnia e Herzegovina, Macedônia do Norte, Bulgária e Montenegro. Todos têm menos de 10 milhões de pessoas.

Segundo o Ministério da Saúde, o número de mortos por covid-19 no Brasil totaliza 336 mil. A cifra, no entanto, é desatualizada e incompleta. Por outro lado, dados também oficiais de hospitais brasileiros apontam que o número de pessoas que morreram com casos confirmados ou suspeitos de covid-19 já se aproxima hoje de 500 mil.

Em março, haviam morrido mais pessoas de covid-19 no Brasil do que em 109 países juntos durante a pandemia inteira. E o mês de abril sinaliza ser pior.

Leia na íntegra: BBC Brasil