Possível nova variante do coronavírus é encontrada em Belo Horizonte, aponta estudo da UFMG

Conforme mostra El País, cepa tem uma combinação de 18 mutações nunca anteriormente descritas no Sars-CoV-2 , mas ainda não se sabe se causa maior transmissão do vírus

Uma possível nova cepa do coronavírus foi identificada em Belo Horizonte e região metropolitana por pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e do grupo privado Hermes Pardini, de análises e diagnósticos. A equipe sequenciou 85 genomas de SARS-CoV-2 de amostras clínicas coletadas da região metropolitana da capital mineira e identificou dois novos genomas com uma coletânea de 18 mutações ainda não descrita, caracterizando uma possível nova variante. A informação foi divulgada nesta quarta-feira, 7.

“Esses dois novos genomas estão em amostras coletadas nos dias 27 e 28 de fevereiro de 2021 e não existem evidências de ligação epidemiológica entre ambas, como parentesco ou região residencial, o que reforça a plausibilidade de circulação desta nova possível variante”, afirma o estudo. Entre as mutações estão algumas compartilhadas com as variantes brasileiras P1 (originada em Manaus) e P2 (Rio de Janeiro), com a sul-africana B.1.1.351 e com a britânica B.1.1.7., todas associadas a uma maior transmissão.

“Não são as mesmas mutações, mas estão na mesma regiões das variantes P1, P2, da africana e da britânica. O que é um alerta porque são as mais transmissíveis e corrobora um pouco com o aumento de casos da doença no Estado”, explica Danielle Zauli, coordenadora de Pesquisa e Desenvolvimento do grupo Pardini. Ainda não se pode afirmar, no entanto, se a nova cepa causa maior transmissão do vírus, ou quadros clínicos mais graves em que contrai a doença.

A nova variante foi descoberta por pesquisadores do Laboratório de Biologia Integrativa do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG e do Setor de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Pardini, em colaboração com o Laboratório de Virologia Molecular da Universidade Federal do Rio de Janeiro e a Prefeitura de Belo Horizonte. A equipe acredita que a variante já esteja circulando em mais cidades mineiras. “Talvez até em outras regiões do país, mas ainda não tinha sido descoberto”, afirma.

Leia na íntegra: El País