OCDE recomenda que países latino-americanos melhorem eficiência do gasto público e nível educativo

Desafio para o Brasil é expandir programas de transferências monetárias adotados durante a pandemia para criar uma verdadeira rede de segurança social e diminuir a desigualdade, mostra reportagem do El País

Para curar as feridas econômicas que a pandemia continua infligindo, os governos da América Latina terão que gastar melhor e aprimorar a educação, segundo as recomendações emitidas pela Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE) em seu relatório anual intitulado Going for Growth 2021, publicado na quarta-feira, 14. Embora cada país tenha seus pontos fracos e dificuldades, esses são dois denominadores comuns. “A recessão corre o risco de deixar consideráveis cicatrizes econômicas e sociais”, acrescentam os especialistas da instituição, com sede em Paris.

Argentina, México, Colômbia, Brasil, Chile e Costa Rica deverão assegurar que o gasto esteja bem focado para prover uma verdadeira rede de segurança social e melhorar o desempenho de suas instituições. Também devem aumentar o nível educativo e de oportunidades profissionais para suas populações. Os Estados Unidos deveriam fazer o mesmo para sua população latina e outras minorias, segundo o relatório.

Os programas de proteção social em meio à pandemia, como o do Brasil e do Chile, foram positivos, segundo o relatório, mas agora cabe garantir que esse gasto seja eficiente, de maneira que as transferências monetárias se destinem somente aos necessitados. Isto poderia ser obtido na forma de programas de seguro-desemprego permanentes e de ajudas às mulheres, sobretudo na Argentina e México, países onde a pandemia agravou as desigualdades de gênero e onde existe um potencial grande para incorporar as mulheres ao mercado de trabalho.

relatório sobre o Brasil aponta que, a longo prazo, melhorar os resultados e a equidade na educação e na formação profissional é a chave para reduzir a desigualdade e a pobreza. “O acesso à educação melhorou nas últimas décadas, mas a qualidade da educação é altamente desigual nas escolas e regiões e as taxas de abandono precoce são altas”. De acordo com a OCDE, expandir a educação infantil vai trazer um impacto positivo nas crianças mais pobres, ao mesmo tempo que vai permitir que mulheres busquem trabalho remunerado.

O relatório também destaca as dificuldades enfrentadas pelas empresas brasileiras e enfatizam que o Governo deveria trabalhar para reduzir barreiras ao comércio e melhorar a situação tributária. “A consolidação de todos os seis impostos sobre o consumo em um imposto de valor agregado simples com uma base ampla, o reembolso total do IVA pago e a taxa zero para as exportações reduziriam as distorções no sistema tributário”, afirma.

Leia na íntegra: El País