Portaria de Retorno ao Presencial: procedimento equivocado da reitoria

Todos nós desejamos voltar ao trabalho “normal”, como antes da pandemia. Seria, em primeiro lugar, um sinal do fim desse martírio provocado pela pandemia ou pelo menos o seu controle. Depois de cerca de 17 meses em atividades remotas, a volta ao presencial na UFSC tem sido motivo de fortes cobranças externas e certa ansiedade interna.

Em inexplicável silêncio e inércia por longo tempo, finalmente a reitoria se manifestou sobre o tema por meio da Portaria Normativa de 16 de agosto de 2021, que estabelece “prazos de retorno gradual e parcial de funcionamento das atividades administrativas e acadêmicas” (ou simplificadamente, normas para a chamada pré-fase 2).

A Apufsc ficou sabendo da mesma pelas mídias sociais e, posteriormente, pelo site da UFSC. Tal fato, por si só, já denota um grave problema de procedimento: tratar as categorias envolvidas (docentes, técnicos-administrativos e alunos) apenas como cumpridoras de ordens, além de desconsiderar que se há algo precioso envolvido – a vida –, talvez as pessoas envolvidas queiram opinar com antecedência.

Portanto, não é aceitável, em regimes democráticos de gestão, que se trate da vida dos outros sem os envolver diretamente, especialmente em se tratando da saúde e do trabalho alheio. Definir data de retorno ao (semi) presencial sem ouvir os sindicatos e as entidades estudantis é ato arbitrário. Portanto, os fins não justificam os meios! Além disso, foi o CUn quem definiu a entrada em atividades não-presenciais, espera-se que o mesmo seja ouvido e defina o retorno ao presencial.

Oferecer as condições de trabalho é requisito essencial ao retorno presencial e uma responsabilidade da reitoria, especialmente quando a pandemia ainda está em curso. A falta delas pode levar a consequências indesejáveis e de toda ordem, colocando em risco a comunidade universitária, as famílias e a população em geral. E, as responsabilidades aumentam quando tomadas unilateralmente.

Registramos aqui nosso desconforto com essa postura adotada pela administração central da UFSC.

Diretoria da Apufsc-Sindical