Reitor diz que extinção da Uerj é ‘inconstitucional e inconcebível’; parlamentares negociam retirada do projeto

De autoria do deputado Anderson Moraes, proposta gerou reação imediata de acadêmicos e entidades de ensino, destaca o Globo

É “inconstitucional” e “estapafúrdio” o projeto de lei estadual que prevê a extinção da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), diz o reitor da universidade, Ricardo Lodi Ribeiro. De autoria do deputado Anderson Moraes (PSL), o PL 4.673/21, também pede a transferência dos alunos e do patrimônio da instituição para a iniciativa privada. A proposta foi publicada no Diário Oficial do estado no último dia 19, gerando uma onda de insatisfação entre alunos, acadêmicos e representantes de outras instituições de ensino e pesquisa.

— Esse projeto, além de inconstitucional (porque a Constiuição do Estado prevê a existência Uerj), é estapafúrdio, porque não reconhece a importância da universidade na área do desenvolvimento tecnológico e da inclusão social. O próprio presidente da Alerj, André Ceciliano (PT), já disse que não pautará o projeto. O deputado que fez a proposta está muito mais disposto a acenar para grupos radicais, com fins eleitoriais, do que aprovar o texto — disse Lodi ao GLOBO. — Por outro lado, a gente entende que, mesmo sendo bizarra, a proposta representa uma parcela da sociedade, que é contrária ao projeto de universidade pública e gratuita, contra a ciência e contra a democracia.

A reportagem apurou que o presidente da Alerj, deputado André Ceciliano, trabalha para convencer Moraes a retirar o projeto de lei. Protocolado em maio, o texto não tinha sido divulgado no Diário Oficial até a semana passada. Isso porque Ceciliano, ao saber da proposta, considerou que ela não dizia respeito às atribuições do Poder Legislativo, mas deveria vir por demanda do próprio Executivo, por tratar de uma possível alteração constitucional.

Leia na íntegra: O Globo