Pré-Fase 2: Conselho Universitário debate portaria e orientações

Assunto foi debatido em sessão extraordinária do CUn da UFSC neste dia 21

O Conselho Universitário (CUn) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) promoveu nesta terça-feira, 21 de setembro, uma sessão extraordinária para analisar a Portaria Normativa nº 405/2021/GR, que autoriza o início da Pré-Fase 2 na Universidade. Na ocasião, o reitor Ubaldo Cesar Balthazar reforçou que a Pré-Fase 2 é um período de transição no qual as unidades vão identificar as condições ambientais, de infraestrutura, das pessoas e atividades, com vistas à adoção futura de um regime semipresencial de atividades (Fase 2).

A reunião teve a presença do chefe de Gabinete da Reitoria, Áureo Mafra de Moraes, que presidiu o Grupo de Trabalho (GT) da Pré-Fase 2; dos professores Sérgio Fernando Torres de Freitas, membro da Comissão Permanente de Monitoramento Epidemiológico, e Maria Luíza Bazzo, do Laboratório de Biologia Molecular, Microbiologia e Sorologia (LBMMS) e do professor Fernando Richartz, secretário de Planejamento e Orçamento.

Logo no início da sessão, o professor Áureo Moraes anunciou aos conselheiros que a Universidade acabara de receber um primeiro lote de uma compra de 31.800 máscaras do tipo PFF2. O secretário Fernando Richartz informou posteriormente que estava em andamento uma outra grande compra de máscaras, de mais 27 mil unidades. A dinâmica de entregas dos Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) está sendo finalizado pelo Departamento de Atenção à Saúde (DAS/Prodegesp) e será amplamente divulgado a toda a comunidade.

Qualidade do ar
O professor Sérgio Freitas explicou que a Comissão Permanente de Monitoramento Epidemiológico tem um escopo de trabalho de assessoramento à Administração Central. “Tentamos reunir as evidências científicas mais robustas para situações concretas e repassamos à Reitoria, para subsidiar a tomada de decisões”, afirmou. Ele relatou que a Comissão já se pronunciou sobre as condições para a realização de um vestibular presencial no meio do ano e, mais recentemente, sobre os Planos de Contingência do Colégio de Aplicação (CA) e do Núcleo de Desenvolvimento Infantil (NDI) para retorno de aulas e atividades presenciais.

Nesses estudos, a comissão definiu os critérios para a realização de atividades presenciais: ciclo vacinal completo para todos os servidores, uso de máscaras de qualidade e mais duas recomendações importantes para a segurança de todos: a medição e monitoramento da qualidade do ar nos ambientes e um sistema de testagem rápida de Covid-19.

Em relação à qualidade do ar, a comissão trabalha com dois parâmetros para liberação de uso dos ambientes, definidos pela Universidade de Harvard: concentração de CO2 abaixo de 700 partes por milhão (ppm) durante todo tempo de utilização da sala – em Florianópolis esta concentração, no ambiente, está atualmente na faixa de 400 a 425 ppm – e haver seis trocas de ar por hora nessas salas. “Estamos fazendo testes para estabelecer parâmetros que sirvam para a Universidade inteira”, disse o professor Sérgio Freitas.

A ideia apresentada pela Comissão é que a Universidade compre aparelhos portáteis para essas medições de CO2 e distribua três equipamentos para cada Centro de Ensino. Depois disso, servidores do DAS e agentes de segurança seriam capacitados para uso desses equipamentos e repassariam esses conhecimentos a servidores de cada Unidade, formando uma “rede de capilaridade”.

Em relação à testagem de Covid-19, ele explicou que o objetivo é criar condições para uma intervenção rápida ao se detectar algum caso positivo, com isolamento, rastreio de contatos e testagem, para mitigar a possibilidade de que a volta do ensino presencial dê margem a surtos da doença.

Testagem
A professora Maria Luíza Bazzo disse aos conselheiros que a equipe do LBMMS já trabalha com testagem de casos de Covid-19 desde o começo da pandemia. São 15 pessoas trabalhando presencialmente, com todos os equipamentos de proteção individual e cuidados. “Observamos que o contágio acontece quando as pessoas se sentem seguras e tiram a máscara”, revelou.

De acordo com a professora, os testes devem começar pelos profissionais do CA e NDI. O método usado será o de testagem em pool, ou seja, a testagem de dez amostras simultaneamente, para economia de reagentes e insumos. Ela destacou que o método de testagem em pool é muito seguro e efetivo, uma estratégia pensada para populações onde ocorre baixa incidência de contágio. “Desde julho temos tido um número muito baixo de amostras positivas”, revelou. Os testes devem ter resposta em prazo aproximado de 24 horas.

Painel Ativo
O professor Fernando Richartz apresentou ao Conselho o recém-lançado Painel Ativo de Dados Epidemiológicos, um conjunto de informações epidemiológicas e das condições da Universidade, com dados atualizados em tempo real, apresentados de forma visual e interativa. De acordo com o secretário, o Painel apresenta dois conjuntos de informações, um oriundo de fontes externas (dados gerais sobre a pandemia no Estado e em cada município) e outro de dados internos.

Nessa área de dados internos já estão disponíveis informações sobre modalidade de trabalho dos servidores da UFSC e cobertura vacinal, entre outros. O Painel trará ainda informações oriundas da testagem de casos e terá atualização dinâmica. “Todos os dados são filtráveis por Centro de Ensino ou setor da UFSC” acrescentou Fernando Richartz.

Em seguida, os conselheiros passaram a apresentar seus questionamentos e dúvidas em relação à Pré-Fase 2. A maioria das perguntas se relacionava à operacionalização do Guia de Orientações para implementação das medidas de preparação da UFSC para as fases seguintes do enfrentamento à pandemia.

Também surgiram questionamentos sobre a situação dos trabalhadores terceirizados, a obrigatoriedade da vacinação, fiscalização das medidas de segurança sanitária e preocupações com o futuro retorno geral de atividades presenciais. Outras dúvidas eram sobre as condições de infraestrutura na Universidade, a necessidade de manutenções prediais e sobre a capacidade da UFSC de fornecer as condições materiais para implementar o retorno gradual das atividades presenciais.

Algumas questões foram respondidas pelos convidados e membros da Administração Central, mas o reitor reconheceu que muitos ajustes e respostas virão com o trabalho de adequação que começa. “Vamos trocar o pneu com o carro andando”, comparou.

Fonte: Notícias UFSC