Editorial Estadão: Mais problemas na área da educação

Capes anunciou que não dispõe de recursos para pagar bolsas de formação de professores, por causa da redução do orçamento da área

Uma semana após o corte de R$ 600 milhões nas verbas orçamentárias das áreas de ciência e tecnologia, feito no Congresso com aval do Ministério da Economia, que inviabilizará o funcionamento de institutos e centros de pesquisa, a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) anunciou que não dispõe de recursos para pagar bolsas de formação de professores, por causa da redução do orçamento na área da educação. Na segunda-feira, a Capes informou à Comissão de Educação da Câmara que o déficit do órgão é de R$ 124 milhões. Ela está solicitando ao Legislativo a aprovação de créditos suplementares, sob a justificativa de que o orçamento de 2021 encaminhado pelo Ministério da Economia já continha previsão de déficit.

A situação financeira da Capes é tão dramática que sua direção já anunciou que os pagamentos relativos ao mês de setembro estão atrasados. Também informou que o órgão, que é vinculado ao Ministério da Educação e administra o sistema brasileiro de pós-graduação, não dispõe de recursos para bancar as despesas com bolsas de iniciação científica, mestrado, doutorado e de formação docente até o fim do ano. 

A falta de recursos atinge, principalmente, dois setores importantes da Capes destinados à qualificação prática de estudantes de cursos de licenciatura – o Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência (Pibid) e o Programa de Residência Pedagógica. Desenvolvidos em parceria com instituições de ensino superior e colégios de ensino básico, ambos são muito bem avaliados pela comunidade acadêmica do País. A estimativa é de que serão afetados mais de 60 mil bolsistas. As bolsas são de R$ 400 para os estudantes dos cursos de formação docente e de R$ 1,5 mil para os coordenadores institucionais. 

Leia na íntegra: Estadão